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    Novos desenvolvimentos para o Rádio Digital

    monique_okleneMonique Cruvinel
    Gerente de Tecnologia da ABERT, presente na NAB 2012

    O consórcio europeu DRM e a empresa norte-americana iBiquity, que disputam o mercado de rádio brasileiro com sua tecnologia digital, apresentaram o desenvolvimento de seus produtos durante a NABSHOW 2012, em Las Vegas.

    Os radiodifusores brasileiros aguardam os resultados dos testes de avaliação dos dois padrões, conduzidos pelo Ministério das Comunicações. O titular da pasta, Paulo Bernardo, anunciou recentemente que a definição sairá no segundo semestre deste ano.

    Na NAB, o HD Radio mostrou sua força na diversidade de receptores. Foi possível conferir os últimos modelos automotivos instalados em seis veículos estacionados na entrada do pavilhão central, além de diversos modelos portáteis e celulares disponibilizados no stand.

    A iBiquity aposta nas aplicações em seus canais de dados - datacasting - e já apresenta soluções comerciais. Entre elas está um sistema de lista de compras, chamado "iTunes Tagging", que permite ao usuário marcar os álbuns ou músicas de sua preferência. Depois, fazendo uma sincronização com um iPod, pode rapidamente adquirir os produtos desejados.

    Outra novidade interessante é a utilização do canal de dados para transmitir a situação de tráfego local; tais modelos já embarcados em carros e em equipamentos móveis facilitarão o dia-a-dia de milhares de americanos sem congestionar as redes de banda larga móvel.

    Persiste a dúvida sobre o futuro - claramente voltado para as aplicações em FM - da digitalização das rádios AM nos Estados Unidos, mas aparentemente já encontra contra-balanço em declarações do setor. Indagado pela falta de crescimento do número de estações digitais AM e FM, o vice-presidente executivo de integração de engenharia e sistemas da Clear Channel, Jeff Littlejohn, deu sua declaração no evento organizado pela AESP/SET na sala Brasil.

    Ele contou que já digitalizaram todas as estações nos grandes centros, porém, as emissoras localizadas em pequenos municípios continuam analógicas por inviabilidade econômica. Seria esse o caminho para o Brasil?

    Tive a oportunidade de conversar com vários radiodifusores, engenheiros e outros membros do setor presentes na NAB e as discussões sempre acabam com a mesma conclusão: é necessário dar continuidade ao estudo da extensão da faixa de FM (iniciado pela Anatel e que inclui os canais 5 e 6 da TV) a fim de viabilizar a migração das rádios AM para essa faixa. As interferências só irão aumentar e, se realmente queremos salvar o radiodifusor e o conteúdo da rádio AM no Brasil, essa parece ser a melhor solução.

    Já no stand da Thomson, as conversas giraram em torno de uma nova implementação em parceria com o consórcio europeu DRM. A idéia é simples e espectralmente eficiente. Trata-se de utilizar o sistema DRM30 - ondas curtas ou médias (AM) - para transmitir a programação para uma larga área geográfica, atendendo a essa população de maneira digital. Em pequenas cidades, esse mesmo sinal seria recebido e convertido em FM para uma cobertura local analógica.

    Pode-se entender esse sistema fazendo um paralelo com a distribuição de televisão por satélite: a emissora coloca no ar um sinal nacional que é captado nas geradoras de TV (rádios FM) locais e convertido para recepção terrestre. Ao mesmo tempo, milhares de brasileiros podem captar o mesmo sinal usando suas parabólicas domésticas (receptores de Onda Curta).

    A ideia de usar a faixa de ondas curtas com uma alta capacidade de propagação pode gerar uma grande eficiência na distribuição do sinal dentro das redes e, ao mesmo tempo, permitir ao pequeno radiodifusor retransmitir um sinal analógico de boa qualidade para as pequenas cidades nas quais o rádio digital ainda não foi implantado.

    A solução atraiu curiosos ao stand da Thomson, mas ainda requer uma avaliação mais abrangente sobre a sua exequibilidade. Se formos considerar apenas rádios de onda curta, sabe-se que essas estações possuem um alto gasto energético e zonas específicas de instalações e nem todas as redes dispõem de tais estações.

    Essa parece ser a semente para algumas ideias interessantes. Será um bom trabalho para os engenheiros e pesquisadores, em especial para as emissoras públicas e aquelas que já possuem instalações para ondas curtas. No entanto, a questão logística de instalação das estações nessa frequência e o fator energético não podem ser esquecidos.

    Mais informações podem ser encontradas nos endereços abaixo:
    http://www.drm.org/
    http://www.hdradio.com/

    Engenheiros e demais interessados nos pontos focais atuais sobre rádio e espectro podem se inscrever para o Seminário Técnico sobre o Espectro, que acontecerá paralelamente ao 26º Congresso Brasileiro de Radiodifusão. Mais informações sobre a programação e inscrições:
    http://www.congressoabert.com.br/programacao

      SAF Sul Qd 02 Ed Via Esplanada Sl 101 Bl D Brasília - DF CEP:70.070-600

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