A proposta do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações de permitir que o conversor distribuído às famílias cadastradas no Programa Bolsa Família possa ser usado como entrada na compra de uma TV digital é vista com cautela pela ABERT.
Segundo a Associação, um levantamento realizado pelo MCTIC mostra que a diferença entre o valor do voucher pelo conversor, em torno de R$ 200, e, por exemplo, uma TV digital de 24 polegadas, com valor próximo a R$ 450, é muito grande, o que pode inviabilizar a compra de um novo televisor.
“Pagar uma diferença de quase R$ 250 pesa no orçamento de um beneficiário do Bolsa Família, principalmente nesse momento de crise financeira. O conversor é muito importante para o processo de digitalização. No caso de Rio Verde, em Goiás, e de Brasília, o número de domicílios aptos a receber o sinal digital disparou consideravelmente quando começou a distribuição dos conversores”, afirma Luis Roberto Antonik, diretor geral da ABERT.
De acordo com a proposta do MCTIC, pelo menos seis milhões, dos 12 milhões de conversores digitais que serão distribuídos, poderão ser trocados na loja pelas famílias que recebem o equipamento da Seja Digital, entidade responsável pela transição da TV analógica para a TV digital, e que desejarem dar como entrada na compra de um novo aparelho de TV.
A política de troca atende à reivindicação dos fabricantes de TV digital, que reclamam do custo do conversor Ginga C nos aparelhos produzidos e de não estarem contemplados no programa de distribuição do kit digital - com conversor e antena – para as famílias de baixa renda.