O acesso ao conteúdo produzido por veículos profissionais de comunicação reduz a chance de o público acreditar em informações falsas. Esta é a conclusão de uma pesquisa acadêmica realizada por cientistas políticos da Universidade de Charlotte (EUA), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O levantamento contou com parceria do jornal Folha de São Paulo e da consultoria Quaest.
A pesquisa foi realizada entre novembro e dezembro de 2020, por meio de painel online. Os mil participantes foram divididos em dois grupos iguais. O primeiro recebeu uma assinatura trimestral do jornal, além de conteúdo sobre checagem de informações. Já o segundo grupo não teve acesso ao material nem às reportagens.
Praticamente idênticos em termos de gênero, idade, classe social e religião, os dois grupos foram também submetidos a duas entrevistas: a primeira, antes de ter acesso ao conteúdo jornalístico, e a segunda, após a leitura do conteúdo disponibilizado pelos pesquisadores. Nas duas ocasiões, os participantes foram expostos a notícias falsas.
Dentre o grupo que teve acesso ao conteúdo compartilhado pelos pesquisadores, 46% acreditaram em alguma das notícias falsas. Já entre os integrantes do grupo que não recebeu as informações, o número subiu para 65%.
“A conscientização deve começar ainda na escola e o debate não pode perder de vista a liberdade de expressão”, alertou o coordenador do Centro de Pesquisas de Mídia e Internet do Ibmec-SP, Marco Antonio da Costa Sabino.