O mês de agosto termina marcado por novos casos de ataques contra os profissionais da imprensa. As Olimpíadas e as manifestações a favor e contrárias ao impeachment de Dilma Rousseff contribuíram para o aumento no número de agressões, intimidações e hostilidades contra jornalistas e veículos de comunicação.
Desde o início do ano, o relatório da ABERT sobre Liberdade de Imprensa registrou 166 casos de violência. Destes, 10 registros envolveram a imprensa estrangeira que estava no Brasil para fazer a cobertura das Olimpíadas do Rio, no período de 5 a 21 de agosto.
Ao todo, seis jornalistas estrangeiros foram assaltados no Rio de Janeiro, enquanto três jornalistas quenianos foram agredidos e uma equipe de TV australiana sofreu uma tentativa de assalto.
Esta semana, durante a cobertura do processo de afastamento da presidente da República, manifestantes contrários ao impeachment agrediram o repórter da TV Record, Luiz Fara Monteiro, na porta do Palácio da Alvorada, em Brasília. Lula, como é conhecido, também foi atingido no peito por uma pedra. Com uma revista na mão, uma militante da CUT bateu no rosto do jornalista diversas vezes.
Outros dois fotógrafos, Vinicius Gomes e Willian Oliveira, foram detidos durante confusão no protesto contra o presidente Michel Temer, em São Paulo. Vinicius levou quatro pontos na cabeça e sua câmera ficou totalmente destruída por chutes dos policiais. Os cartões de memória dos equipamentos dos dois fotógrafos também foram apagados.
Em 2016, o número de casos já supera os de 2015, quando foram registrados 116 casos de violações à liberdade de expressão.