O deputado federal Mauro Pereira (PMDB-RS) visitou a Abert nesta semana. Ele foi recebido pelo diretor geral Luis Roberto Antopor diretores e conselheiros da Associação.
O parlamentar, que está em seu primeiro mandato na Câmara Federal, falou à Rádio Abert sobre a crise econômica brasileira e sugeriu medidas que o governo deveria adotar.
“O Brasil só voltará a crescer quando o governo demonstrar que está fazendo o seu papel de reduzir as despesas próprias como, por exemplo, a redução de ministérios e de cargos de confiança. Sem isso, o governo estará sem credibilidade”, disse.
Leia os principais trechos da entrevista
Como parlamentar em primeiro mandato na Câmara Federal, quais são as suas prioridades?
Eu aprendi ao longo da minha vida pública, três mandatos como vereador em Caxias do Sul (RS), que as principais características de um político são: ser transparente com a população e procurar trabalhar para o bem estar da sociedade. É assim que conduzo meu trabalho, apoiando os projetos que vão de encontro com os anseios da população, do setor produtivo e dos trabalhadores.
A crise econômica atinge fortemente todo o país, o que o estado do Rio Grande do Sul está fazendo para minimizá-la?
O governador José Ivo Sartori, do meu partido, pegou um estado com um déficit muito grande, quase 5 bilhões de reais. O estado foi mal gerido nos últimos anos. E o que ele pode fazer e está fazendo é cortar na própria “carne”. Ele já fechou mais de 9 secretarias e destituiu 35% dos cargos de comissão. Ou seja, ele está fazendo a parte dele, mas temos que entender que o Brasil vive uma recessão sem precedentes.
E na questão nacional, o que o governo federal deve fazer para melhorar esta situação econômica?
Nos últimos anos a presidente Dilma concedeu muitos subsídios a vários setores. E agora essa conta está sendo cobrada. Para melhorar esta situação é preciso, primeiro, que a presidente faça um grande corte de gastos, como diminuir o número de ministérios e dos cargos de comissão. Acho que a partir daí o governo pode começar a voltar a ter credibilidade, e com isso os empresários voltam a investir e a situação pode melhorar.
Além de cortes de despesas é preciso olhar a questão de impostos?
Antes de criar novos impostos o governo deve melhorar o funcionamento dos tributos atuais. Há muitos impostos e infelizmente muita sonegação destes impostos. Ou seja, precisamos simplificar a questão tributária. A CPMF, que o governo pensa em voltar a criar, é um imposto com a base ampla, todos pagam e não há como ter sonegação, já que ele é cobrado automaticamente nas transações financeiras. Caso esse tributo volte, é preciso reduzir outros impostos para compensar. Mas ainda haverá um grande debate no Congresso para saber se será viável ou não a volta deste imposto.