O senador José Medeiros, do Mato Grosso, recém filiado ao PSD (Partido Social Democrático) visitou a ABERT esta semana e foi recebido pelo presidente Daniel Slaviero, diretores e conselheiros da associação. Durante o encontro, o parlamentar destacou o momento delicado da economia e da política do país.
Em entrevista à Rádio ABERT, o senador José Medeiros disse que os produtores do estado do Mato Grosso estão sendo afetados profundamente com o agravante da crise econômica do país.
“Precisamos ter perspectivas em relação a economia, e só vejo solução com a troca do governo”, disse.
Leia os principais trechos da entrevista do senador à Rádio ABERT.
Mato Grosso tem a maior produção de grãos do país, como milho e soja. Como essa situação econômica do país está afetando os produtores?
Essa crise econômica começou prejudicando os pequenos e médios produtores e agora já está afetando os grandes produtores também, que estão tentando fazer uma renegociação de dívidas. O setor sucroalcooleiro também foi prejudicado. Temos informações de que várias usinas estão fechando as portas em todo o estado.
Como reverter esta situação?
Para reverter essa situação precisamos cortar o “mal pela raiz”. Na hora que trocar o governo teremos uma perspectiva de melhora. O impeachment não é uma solução, mas sem ele não teremos solução nenhuma. A economia ruim não é motivo para tirar a Presidente da República, mas há condições legais para que façamos essa troca, então vamos buscá-la para tentar melhorar o país.
Há anos os produtores do estado do Mato Grosso reclamam dos problemas para escoar a produção de grãos. Como está o problema atualmente?
Somos o maior estado produtor de soja e milho, e o maior exportador de carne, mas temos uma enorme dificuldade para fazer a distribuição desses produtos. Hoje, o que se gasta com a produção também se gasta com o frete, ou seja, nosso produto chega muito mais caro no exterior, o que dificulta a competitividade com outros países. Um bom exemplo é os Estados Unidos, onde eles têm três tipos de modalidades (hidrovias, boas estradas e ferrovias) para escoar os produtos e com isso o preço que eles conseguem vender é mais baixo do que o nosso.
O que pode ser feito para melhorar essa questão do escoamento?
Precisamos terminar os projetos que já começaram, como a concessão das estradas. O governo federal começou com a concessão da estrada BR 163, que vai da divisa do Mato Grosso do Sul até a cidade de Sinop, no Mato Grosso. De acordo com o edital, parte da obra seria feita pelo poder público e outra parte por empresas privadas. As empresas fizeram sua parte e o governo federal não fez a dele. Ou seja, a estrada está cheia de buracos e o pedágio está sendo cobrado. Por isso, acho que antes de dar continuidade em novos projetos, vamos terminar os que já existem.