Cerca de 500 pessoas participaram do 1º Seminário Internacional de Jornalismo ESPM/Columbia, em São Paulo (SP), na segunda-feira (9). O evento reuniu nomes importantes das esferas pública e privada, como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, o reitor da Columbia Journalism School de Nova Iorque (EUA), Steve Coll e o presidente da ABERT, Paulo Tonet Camargo.
O papel da imprensa para o exercício da democracia e do desenvolvimento, os desafios do jornalismo impresso e jornalismo investigativo foram alguns dos assuntos abordados nos painéis.
Ayres Britto abriu o ciclo de palestras e falou sobre “O papel da imprensa para o exercício da democracia e do desenvolvimento”. Ele reforçou a relação entre imprensa e democracia ao discutir a Constituição Brasileira e destacou a necessidade de defender a liberdade de imprensa no país.
“Essa Constituição tratou com apreço, carinho e atualidade a imprensa brasileira. A liberdade de imprensa aqui (Constituição) é digna de elogio pelo mundo afora. Ela tem que ser absoluta. Não há liberdade de imprensa pela metade, relativizada. A relativização significa abrir uma frincha por onde a serpente da censura prévia se esgueira”, afirmou o ex-presidente do STF.
O jornalista e professor Steve Coll discursou sobre a importância do jornalismo investigativo e chamou a atenção para a lacuna que existe neste segmento. De acordo com Coll, "nunca se teve tanto acesso aos dados online, mas há poucos jornalistas profissionais para investigá-los". Coll falou ainda sobre novas tecnologias e deu dicas para jovens jornalistas construírem o presente e se prepararem para o futuro.
No período da tarde, o presidente da ABERT, Paulo Tonet Camargo, participou do debate sobre “Consumo de mídia e jornalismo” ao lado do diretor de comunicação da Record, Celso Teixeira, do editor-chefe do Nexo, Conrado Corsalette, do diretor-executivo de jornalismo da CBN, Ricardo Gandour, e do representante da Editora Abril, Thomaz Souto Corrêa.
Tonet destacou a relevância dos veículos essenciais, como a televisão, o rádio e os jornais, para a disseminação de notícias apuradas e responsáveis.
“O grande diferencial dos veículos é a credibilidade que eles trazem. Essas empresas se diferenciam porque têm endereço, corpo técnico e responsáveis, que assinam por elas. Então, os funcionários não vão praticar algo que possa ferir essa credibilidade”, disse Tonet.
A presidente do Instituto Palavra Aberta reforçou a importância desses veículos com os avanços tecnológicos.
“Ainda temos a necessidade de avançar em educação midiática e digital para que os nativos digitais possam distinguir notícias falsas e discursos do ódio das notícias responsáveis e verdadeiras”, ressaltou Blanco.
O painel “Jornalismo investigativo” fechou o ciclo de palestras com a participação do presidente da Associação Nacional de Jornais, Marcelo Rech, e do presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Thiago Herdy.