A participação das emissoras de rádios e televisões norte-americanas no Sistema de Alerta Emergencial (tradução livre da sigla EAS) não é obrigatória. No entanto, a emissora que integrar o sistema contará um diferencial, pois estará apta a emitir mensagens oficiais de relevância social, opina Flávio Aurélio Braggion Archangelo, doutor em Comunicação pela UMESP e pesquisador do tema.
Segundo ele, um sistema adaptado à realidade brasileira poderia ajudar o governo a alertar a população sobre desabamentos, enchentes, incêndios e umidade relativa do ar abaixo dos índices seguros. “Seria um plano básico das empresas de comunicação para atender à função social da radiodifusão”, afirma o pesquisador.
Na opinião dele, as realidades regionais não podem ser descartadas caso o país opte por este caminho. “Estações em OM, OT e OC podem ser tão importantes quanto as estações de baixa potência em FM, dependendo da região”, diz. Para tanto seria necessário planejamento governamental na geração dos alertas em diferentes meios, explica.
Recentemente, a UIT (União Internacional de Telecomunicações) desenvolveu o CAP (Common Alerting Protocol), um protocolo comum de alertas aplicável em diferentes países. O protocolo permite traduções para diversos idiomas e, por ser um sistema simplificado de compartilhamento multimídia, pode ser usado em várias plataformas de comunicação eletrônica.
Como funciona o EAS
Sinais sonoros digitais são emitidos pelo governo federal a partir da FEMA, agência federal de gestão de emergência, responsável por coordenar ações para desastres nos Estados Unidos.
A mensagem segue via cabo ou satélite até as estações de rádio e TV primárias nacionais que repassam para as secundárias estaduais, que retransmitem às emissoras locais. A rede é independente da internet.
Os alertas de emergências nas TVs e rádios do Japão foram fundamentais para salvar milhares de vidas quando o país foi atingido por um tsunami no início deste ano. Minutos antes das ondas alcançarem a costa oriental da região de Tohoku, a 700 quilômetros de Tóquio, as emissoras transmitiram avisos e muitas pessoas puderam deixar locais de risco.
Os alertas emergenciais chegam também aos aparelhos celulares. Mas, a transmissão de dados via telefonia não funcionou no caso do Tsunami. As comunicações com fios foram danificadas e os alertas não puderam ser enviados.
Assessoria de Comunicação da Abert