Os desafios para a popularização da TV digital no país são maiores do que se esperava. De acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada na quarta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), 54,5% dos domicílios brasileiros possuem apenas televisores de tubo.
O Nordeste é a região com a maior proporção de casas que só têm os televisores antigos como opção (67,6%); logo em seguida vem o Norte (64,1%), Centro-oeste (54%), Sul (51%) e Sudeste (46,7%). Os dados são referentes a 2013.
Segundo a Eletros, associação dos fabricantes de eletroeletrônicos, a indústria não fabrica mais o modelo no Brasil. Os itens restantes são os dos estoques das lojas.
De acordo com a pesquisa, em 2013, apenas 31,2% (19,7 milhões) das residências com televisão tinham acesso ao sinal digital.
Os dados demonstram que pouco se avançou desde que a nova tecnologia chegou ao Brasil em 2007. Naquele ano, o percentual de lares com TV digital era de 28,5% (18,1 milhões).
Para o presidente da Abert, Daniel Slaviero, será necessário intensificar as medidas já previstas para o avanço da TV digital no país. A meta estabelecida em lei é levar o sinal para, no mínimo, 93% das residências que recebem programação de TV aberta.
“O alto número de domicílios com tv de tubo coloca um desafio extra no processo de desligamento da tv analógica, pois as pessoas precisarão trocar estes televisores ou comprar um conversor para adaptar seus receptores”, declara.
De acordo com estimativas da Abert, atualmente o percentual de domicílios com sinal digital pode girar em torno de 55%, considerando os 30 milhões de novos receptores digitais adquiridos pela população entre 2014 e 2015.
Por estado, os percentuais dos domicílios com TV com recepção de sinal digital de TV aberta foram maiores no DF (49,3%), SP (43,0%) e RJ (40,3%), e menores em AL (13,7%), MA (13,1%) e TO (11,8%).
PARABÓLICAS – Dado inédito da pesquisa mostra grande participação das antenas parabólicas na recepção do sinal de TV no país. 38,4% dos domicílios recebem o sinal de TV por essa tecnologia. Na área urbana esse percentual é de 34,6% e na área rural é de 78,3%.
É a primeira vez que o IBGE inclui as parabólicas em uma Pnad (será isso? CERTISSIMO). São 24,5 milhões desses equipamentos no país. Até o ano passado, as estimativas da Abert eram as únicas informações existentes sobre parabólicas. Segundo a entidade, esse número girava em torno de 22 milhões.