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    Abert e Anatel discutem uso de espetro e modelos de negócios para radiodifusão

    Abert e Anatel discutem uso de espetro e modelos de negócios para radiodifusão
    Reunião na Anatel
    Representantes do Comitê do Espectro da Abert e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) se reuniram nesta terça-feira (14), em Brasília, para discutir temas como o uso de radiofrequências pelas emissoras de rádio e de televisão e a busca de novos modelos de negócio para o setor.

    Durante o encontro, o diretor do Conselho Diretor da Anatel, Jarbas Valente, disse que é preciso encontrar um modelo econômico que garanta condições às empresas de radiodifusão de se fortalecerem em um mercado que se transforma com a tendência de convergência dos meios.

    O diretor-geral da Abert, Luís Roberto Antonik, afirmou que a radiodifusão possui grande potencial para expansão, levando em conta que muitos municípios brasileiros ainda não são atendidos com a TV aberta. “Só no estado do Paraná, 92 municípios estão desassistidos do serviço”, exemplificou Antonik durante a reunião.

    Antonik enfatizou uma das principais características do modelo de radiodifusão implantado no Brasil. “Enquanto nos Estados Unidos a TV por assinatura predomina em 90% do território, aqui o que prevalece é a TV aberta e gratuita, por isso, sempre que discutimos radiofreqüências, é preciso considerar o interesse público”, comparou. Segundo o diretor da rede de afiliadas do SBT, Roberto Franco, a falta de espectro tem impedido a expansão de emissoras em diversas regiões do país.

    A engenheira Liliana Nakonechnyj, presidente da Sociedade de Engenharia de Televisão (SET), falou dos avanços na implantação do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). Ela disse que o padrão digital da televisão brasileira tem incluído as retransmissoras, ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, onde a implantação está limitada às geradoras. Segundo ela, a SET tem estudado a interatividade e o uso do canal de retorno, e os resultados serão encaminhados à Anatel e ao Ministério das Comunicações.

    Durante a reunião, especialistas do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) falaram da criação de uma plataforma capaz de identificar espaços ociosos no espectro radioelétrico para acomodar diversos serviços. Chamado rádio cognitivo, o sistema vai ser desenvolvido pelo Centro em parceria com a Microsoft.

    De acordo com o diretor de Gestão da Inovação do CPqD, Antônio Carlos Bordeaux, a criação da plataforma brasileira incluirá pesquisas para avaliar possíveis interferências causadas pelos serviços de banda larga no espectro da radiodifusão. “O desenvolvimento de rádios cognitivos não é maduro. Ainda não se sabe se a utilização deles causa interferências entre diferentes serviços”, explicou. “Vamos avaliar parâmetros necessários para que haja desempenho adequado da plataforma. A interferência será o item principal de análise”, afirmou.

    O uso de rádios cognitivos é um dos itens de pauta da Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC). A União Internacional de Telecomunicações (UIT) defende que essas plataformas não podem utilizar as chamadas faixas de segurança, que incluem serviços estratégicos para os países, como a radiodifusão e a radio-astronomia, por exemplo.

     

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