Conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), o diretor geral da ABERT, Cristiano Lobato Flôres, participou, na quarta-feira (4), em Brasília, do debate “Internet, Democracia e a Transformação da Participação Política”, promovido pela Escola de Governança da Internet no Brasil (EGI), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
Em discussão, os impactos das novas tecnologias no processo democrático sob uma perspectiva multissetorial.
Para Lobato Flôres, a tecnologia favorece a aproximação cada vez maior entre os veículos de comunicação e suas comunidades, garantindo o acesso à informação segura e íntegra à população.
“Esse é o propósito da imprensa, em sua missão constitucional de levar informação à sociedade, com credibilidade e profissionalismo. Informar e certificar a informação são serviços fundamentais para a nossa democracia, em tempos tão desafiadores como os atuais”, afirmou.
Já o cientista social e pesquisador do Núcleo Reflexos de Palmares, Deivison Faustino, fez uma análise dos avanços da internet e da inteligência artificial.
“A internet é parte das contradições de nossa sociedade, para o mal e para o bem. A internet veio para contribuir para um mundo melhor. Não foi a internet que criou a desigualdade social, por exemplo”, pontuou.
De acordo com Faustino, o problema não está no uso da inteligência artificial generativa, que teria provocado um suposto descontrole da tecnologia, mas que a IA esteja subordinada ao capital.
Otávio Neves, da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Gestão e Inovação, apontou os desafios e riscos da internet e contrapontos com o “crescente acesso à tecnologia e a maior desigualdade digital”.
Também participaram o professor Carlos Afonso, do Instituto Nupef e Larissa Santiago, do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial no Ministério da Igualdade Racial. A professora da UnB e pesquisadora em Ativismo Digital e Internet, Marisa von Bulow, foi a moderadora do debate.