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    Agressões e ameaças a jornalistas: pesquisador da USP cita relatório da ABERT

    O aumento de 62,26% no número de casos de violência não letal contra jornalistas de 2015 para 2016, revelado no Relatório da ABERT sobre Violações à Liberdade de Expressão da ABERT, foi considerado preocupante pelo jornalista, cientista político e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Bruno Paes Manso, em entrevista ao Instituto Millenium.

    “A violência contra jornalistas tem ocorrido muitas vezes em manifestações de rua. Os fotógrafos e cinegrafistas passaram a ser mais constantemente agredidos pela polícia, até pela tentativa de não deixar filmar alguns abusos”, afirmou o pesquisador.

    Para Manso, os profissionais mais vulneráveis são os que trabalham em cidades do interior.

    “Historicamente, em cidades pequenas, o jornalista fica mais vulnerável porque a violência é menos visível contra profissionais de pequenos órgãos de imprensa. Está muito relacionada às disputas tradicionais de poder e de determinados grupos que têm o mando do poder político”, disse.

    Os dois casos de assassinatos em 2016 aconteceram em cidades do interior. As linhas de investigação das duas mortes apontam para vingança relacionada a denúncias de corrupção.

    Relevância do jornalismo

    O pesquisador também destacou a relevância do jornalismo profissional na cobertura de fatos de interesse da sociedade e as dificuldades enfrentadas pela imprensa com a chegada de novas plataformas online.

    “A grande ameaça à imprensa é fundamentalmente o fim dos recursos de investimento e de propaganda. Há uma nova configuração econômica decorrente das redes sociais e ‘de Googles da vida’, que atraíram anúncios e prejudicaram o jornalismo”, destacou Manso.

    A disseminação de notícias falsas pela internet levou a ABERT, a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e a Associação Nacional dos Editores de Revistas (ANER) a lançar a campanha "Nunca se precisou tanto da imprensa". Outra preocupação das entidades de comunicação é com os sites de notícias falsas, que, além de grandes repercussões, são extremamente rentáveis. Segundo o jornal britânico The Guardian, a publicidade gerou pelo menos U$ 318 mil para sites ligados a terrorismo ou a ódio.

    “Além do problema da publicidade que prejudica a rentabilidade do jornalismo, como citado pelo pesquisador, existe a questão da "era da pós-verdade", disseminada diariamente pela internet. São fatores nocivos à profissão e precisamos trabalhar para destacar a relevância do jornalismo profissional para a sociedade e para a democracia”, afirma Luis Roberto Antonik, diretor geral da ABERT.

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