O Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, em inglês), localizado nos Estados Unidos, divulgou estudo que aponta que algoritmos da rede social Instagram estariam recomendando a usuários conteúdo antivacina contra a COVID-19. A pesquisa apontou ainda que a plataforma também privilegiou conteúdo antissemita e sobre o QAnon, conjunto de teorias conspiratórias criado por defensores do ex-presidente do país, Donald Trump.
Para realizar o levantamento, o CCDH criou 15 perfis aleatórios na rede, que passaram a seguir desde autoridades de saúde a páginas contrárias à imunização. Entre 14 de setembro e 16 de novembro do ano passado, os pesquisadores acessavam os perfis diariamente e arquivavam as sugestões que apareciam na barra de ferramentas “Explorar”.
Mesmo os perfis que seguiam páginas de médicos e cientistas responsáveis por compartilhar informações verificadas, receberam, ao todo, 104 postagens com notícias falsas sobre vacinação e sobre a própria doença. Também foram registrados posts com informações inverídicas sobre as eleições americanas. Apenas os perfis que seguiam somente organizações de saúde não foram direcionados às fake news.
“Pesquisas anteriores mostram que a desinformação consegue ainda mais engajamento do que verdades nas redes sociais. Altos números de engajamento aumentam a probabilidade de que observadores neutros se engajem com o conteúdo. Para o Instagram e seus algoritmos, um clique é uma vitória, não importando o conteúdo”, afirmou o CEO da CCDH, Imran Ahmed.
O Centro enviou uma carta ao CEO da rede, Mark Zuckerberg, solicitando a correção dos algoritmos. A empresa se defendeu afirmando que o estudo teria levado em consideração “um número extremamente pequeno de amostras”, e, por isso, não seria fiel à realidade. Usuários da rede afirmam que o compartilhamento de desinformações continua.