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    Deputado Beto Mansur conversa com a Rádio ABERT

    Em entrevista à Rádio ABERT, durante visita que fez nesta terça-feira (4), o deputado Beto Mansur (PRB/SP) falou sobre a modernização da radiodifusão, liberdade de imprensa e política.

    Deputado, na sua opinião, qual a importância das mudanças pelas quais o setor de radiodifusão está passando, como por exemplo, a migração do rádio AM para FM e a digitalização da TV?
    O rádio e a televisão, de uma forma em geral, ao longo dos anos, vêm se modernizando e as emissoras acompanham esta modernização. Eu nasci em meio à rádio AM, minha família tem emissora de rádio há mais de 70 anos, e nós participamos do processo de migração de AM para FM. O Brasil tem um espectro com muito ruído e as emissoras AM, em função da baixa frequência, chegam mais longe, mas são suscetíveis ao ruído. Por isso e porque o ouvinte quer ter uma boa qualidade de som, nós optamos por deixar a frequência AM de lado para ingressar na faixa estendida de FM. A migração é muito importante para que possamos ter qualidade de áudio para atender aos ouvintes. Por outro lado, temos a discussão do ‘para onde vai a televisão’, principalmente a TV aberta. Com o advento do celular, a ampliação da comunicação, emissoras com TV a cabo, etc, é preciso discutir essa questão. Em minha opinião, a TV aberta vai se manter, mas vai ter uma parceria com a TV a cabo e outro tipo de programação muito bem definido e muito seccionado. É importante termos essa noção. Por um lado, teremos uma ampliação grande da TV a cabo, com canais seccionados e com uma programação específica para determinados setores. Isso vai ampliar o mercado de trabalho no setor de produção de filmes, programas, etc. Quem é do rádio e da TV está sempre buscando alternativas.

    Com esta modernização que envolve o rádio e a TV, facilitando a comunicação, temos, por outro lado, a disseminação de notícias falsas e a intolerância com os profissionais da imprensa. A liberdade de expressão é uma questão que preocupa?
    Sim. Como temos a rede de internet hoje e a comunicação mais fácil por meio dos celulares, às vezes você amplia a intolerância porque a rede é aberta, ou seja, qualquer um participa. A gente tem discutido muito este termo pós-verdade, ou seja, muitas vezes você coloca alguma coisa na rede e esta coisa não é verdadeira, mas ela atinge tantos lugares e tantas pessoas, que ela se torna uma verdade. Para você ir atrás da mentira que foi colocada e repor a verdade, isso leva tempo. Precisamos, através da ABERT, dos meios de comunicação sérios que existem no Brasil e de profissionais com altíssima qualidade técnica, mostrar que a sociedade brasileira não evolui se houver qualquer tipo de restrição à liberdade de imprensa. Nós precisamos respeitar a todos os setores e atividades, todas as tendências, mas temos que ter um respeito fundamentalmente pela legislação.

    O senhor está no seu 5º mandato como deputado. Na sua opinião, esta é a maior crise econômica e política que o país já viveu?
    Fui um dos poucos parlamentares do Congresso Nacional que votou em dois impeachments, um do presidente Collor e outro da presidente Dilma Rousseff. Durante a minha vida política já vi muitas crises. Estamos em meio a uma crise política, não dá para dizer que não, mas o país é muito grande e se recupera. O que precisamos, em minha opinião, é fazer um trabalho intenso para manter o governo Michel Temer até o final deste mandato para que possamos fazer um processo de transição para a próxima eleição que será no ano que vem. Está perto. Mas precisamos ter tranquilidade para dar continuidade ao trabalho de recuperação econômica. A gente tem uma equipe de altíssima qualidade, comandada pelo ministro Henrique Meirelles, que está recuperando o país. Então nós precisamos aprovar uma série de medidas e mudanças de legislações para que a gente possa trazer mais economia ao Brasil. O Brasil está com um déficit muito grande e a gente precisa resolver esse problema, porque se não, daqui a pouco, vão aumentar os impostos, coisa que o brasileiro não gosta.

    Apesar da crise política, com a denúncia contra o presidente Temer, o senhor acredita que a Câmara votará os projetos e as reformas estruturais do país?
    Eu acho difícil votar agora. A gente tem que tirar da frente esta denúncia, que é inconsistente. O presidente Michel Temer está apresentando a defesa, a Comissão de Constituição e Justiça vota o relatório, e depois obrigatoriamente esta decisão vai caber ao plenário da Câmara dos Deputados. Quem quiser dar continuidade a esta denúncia ou aceitá-la deve colocar 342 votos dos parlamentares, coisa que eu acho difícil hoje. Então a gente tem que derrubar essa denúncia para continuar a vida do país e aprovar as medidas que são necessárias.

    entrevista 1

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