Dando sequência aos debates sobre os desafios atuais e o modelo de educação pós-pandemia, a Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), realizou, na quarta-feira (10), mais uma edição do SET Business Webinars. A rodada de conversa online contou a participação de Giselle Santos, fundadora e consultora da Human:ia, Julci Rocha, pedadoga e consultora, e Mariana Ochs, coordenadora do EducaMídia, do Instituto Palavra Aberta. A mediação ficou a cargo de Patrícia Blanco, presidente do Palavra Aberta.
Julci Rocha lembrou que alguns dos desafios atuais no modelo educacional já eram enfrentados antes mesmo da Covid-19, como a questão tecnológica, o acesso ao ensino e as parcerias, além da questão de relacionamento com as famílias e o modelo de interação com os alunos. “As escolas que contavam com canais diversificados de comunicação com a família, inclusive digitais, hoje têm maior facilidade de dar continuidade aos trabalhos. Além disso, os modelos de ensino adotados recentemente, que contam com pouca interação, só revelaram um problema que já existia no presencial”, destacou.
De acordo com Mariana Ochs, o modelo de ensino tradicional focado na entrega de conteúdo vem passando por grandes desafios e discussões, exatamente, por não proporcionar experiências que contemplem as diversidades de aprendizagem, de avaliação dos alunos e a formação continuada dos professores.
“Há dez anos, estamos discutindo o futuro da educação. E, agora, esse momento está nos forçando a aprender na prática com os erros, refletir e repensar sobre os modelos adotados, acionando criatividade e autonomia ao longo do percurso. Os educadores, por exemplo, que mais têm resultado são aqueles que estão antenados à inteligência coletiva e não têm medo de sair da caixinha”, destacou a coordenadora do EducaMídia.
Além disso, não é possível vivenciar o ambiente digital ainda focado nas experiências do presencial, segundo Giselle Santos. “É preciso criar espaços que gerem mais relacionamento no meio digital, no qual o educador, o aluno e a própria família possam atuar em conjunto, entendendo o contexto no qual estão inseridos. Precisamos entender que não existe um futuro na educação sem questionamentos sobre possíveis modelos aplicáveis à nossa realidade, baseado na maior interação”, ressaltou.