O papel do profissional de recursos humanos em tempos de coronavírus foi o tema discutido durante o AESP Talks, encontro online promovido pela Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado do São Paulo (AESP), na quinta-feira (25). Edison Biasin, diretor de Recursos Humanos da EPTV e presidente do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo, e Mauricio Ignacio, diretor de Recursos Humanos do Grupo Bandeirantes, mostraram que cuidar das pessoas que integram uma empresa nunca foi tão importante e necessário.
Na opinião de Edison Biasin, a implementação do home office é uma realidade que deve perdurar no pós-pandemia e modificar os negócios das empresas, graças ao aumento da produtividade e à flexibilidade gerada pelo uso das tecnologia em alguns setores. “E desde agora a gestão de recursos humanos deve reforçar seu compromisso em estar sempre atenta ao comportamento dos funcionários para poder levar segurança e conforto por meio das ações e políticas adotadas”, ressaltou.
"O RH das empresas deve ser um instrumentalizador, gerindo processos no dia a dia, e buscando se antecipar no que diz respeito às políticas que devem ser implementadas para garantir a saúde e integridade das pessoas", afirma Mauricio Ignacio. “Os gestores são os protagonistas que vão garantir que as políticas sejam realmente implementadas e não fiquem somente no papel”, defende.
Serenidade, comunicação e transparência são os elementos fundamentais de uma boa gestão de recursos humanos para o diretor de RH do Grupo Bandeirantes. É o momento, inclusive, de estender a preocupação e os cuidados aos familiares e ao entorno da empresa já que ela representa o que ele chama de “microcosmo da sociedade”. “No Grupo Bandeirantes, dentre outras medidas, reforçamos a equipe médica com outros profissionais como enfermeiros e infectologistas e incluímos as famílias dos funcionários e outras pessoas que estão inseridas no nosso contexto em todas as nossas ações”, contou Ignacio.
Os convidados do AESP Talks também discutiram alguns pontos da legislação trabalhista que devem ser considerados e repensados pelas empresas, principalmente nos casos de home office. “É preciso ficar atento, por exemplo, às formas de controle da jornada de trabalho, ao uso da tecnologia e políticas de segurança da informação e até às questões de infraestrutura de ergonomia usada pelos funcionários em seus ambientes, o que vai exigir adaptações das NRs (normas regulamentadoras de segurança do trabalho)”, alertou Maurício Ignácio.