Nos últimos dez dias, jornalistas e empresas de comunicação foram, mais uma vez, alvos de ameaças de morte, agressões, hostilidades e ataques em Londrina (PR), São Paulo (SP), Brasília (DF) e em Porto Alegre (RS).
Na quinta-feira , 2 de junho, o apresentador do programa Brasil Urgente da TV Tarobá de Londrina, Cid Ribeiro, foi ameaçado de morte. O pai do jornalista recebeu, em sua casa, um bilhete com ameaças de morte à família e dois projéteis de bala de uso restrito da polícia. No bilhete ainda constava a assinatura da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Também na quinta-feira, o repórter Hermínio Bernardo, da CBN, foi agredido com um soco, e uma equipe da TV Globo foi hostilizada por manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) durante protesto contra a suspensão de contratos do programa Minha Casa, Minha Vida, em frente ao escritório da Presidência da República, em São Paulo (SP).
Em Brasília, no dia 29 de maio, equipes da TV Globo e da GloboNews foram hostilizadas por um grupo da "Marcha das Flores - 30 Contra Todas", durante manifestação contra a cultura do estupro, na Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes xingaram os profissionais e a emissora e ameaçaram um cinegrafista, que foi obrigado a deixar o local.
Já no dia 24 de maio, durante protestos contra o governo em exercício de Michel Temer, manifestantes jogaram pedras na sede do grupo RBS, em Porto Alegre, onde funcionam os jornais Zero Hora e Diário Gaúcho, além da Rádio Gaúcha e das operações administrativa e comercial do grupo.
Os protestos aconteceram em um horário em que dezenas de profissionais exerciam suas atividades.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) repudiou a violência contra jornalistas ou veículos de comunicação.
“Os jornalistas têm que ser respeitados em qualquer manifestação como profissionais que estão exercendo seu trabalho, sem que sejam vítimas de assédio moral ou mesmo agressões físicas”, disse, em nota.
A ABERT, em nota, repudiou todos essas violências sofridas por profissionais da comunicação e solicitou às autoridades rigorosa apuração dos casos.
Somente nos primeiros cinco meses de 2016, o Relatório ABERT sobre Liberdade de Imprensa contabilizou 105 casos de violação ao trabalho da imprensa.