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    Entrevista – Amaro Neto (Republicanos-ES)

    Reformas, desinformação e inclusão digital foram alguns dos assuntos comentados pelo deputado Amaro Neto (Republicanos-ES) durante entrevista à Rádio ABERT. O parlamentar visitou a sede da Associação, em Brasília, na quinta-feira (17), quando foi recebido pela diretoria da entidade.

    Leia, abaixo, os principais trechos da entrevista. A íntegra pode ser acessada aqui

    A primeira questão é em relação às reformas. Já passamos o rito na Câmara da reforma da Previdência e agora estamos com os holofotes se voltando para as reformas tributária e administrativa. O que o senhor espera dessas reformas e o que é necessário para que o caixa do governo fique positivo?

    Coloco a reforma da Previdência como importantíssima. Eu fui candidato a prefeito na capital do Espírito Santo, Vitória, em 2016. A gente tinha praticamente 10% do orçamento voltado para a Previdência. No Estado do Espírito Santo, uns 15%. Então, nada melhor do que a gente pautar e colocar realmente em discussão, como foi feito pelo governo Bolsonaro. Ele colocou em discussão na Câmara, o presidente Rodrigo Maia, com os colegas deputados, conseguiu dar agilidade: primeiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois na Comissão Especial. E, numa semana muito exaustiva, nós aprovamos a reforma da Previdência. Temos agora as reformas tributária e administrativa, coloco também o pacote anti-crime, muito em breve, em discussão. O pacto federativo também vai ser muito importante para estados e municípios.

    Hoje, quando eu estou gravando essa conversa com você, estamos recebendo prefeitos e vereadores, para acertar questões de emendas parlamentares, por causa do orçamento. É muito ruim o estado e o município terem de vir a Brasília buscar recursos, e nada melhor que inverter essa lógica. Já que a gente vive nas cidades e nos estados, que o dinheiro arrecadado fique em boa parcela lá e que o governo federal consiga chegar num denominador comum. Isso está sendo feito, através da Frente Parlamentar que nós temos para tratar do Pacto Federativo e, muito em breve, estará em discussão na Câmara e depois no Senado.

    O projeto de lei que obriga a ativação de chips de celulares fabricados no Brasil foi aprovado semana passada, na Comissão de Desenvolvimento Econômico Indústria Comércio e Serviços (CDEICS). Agora ele segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Como é que está o clima? Que expectativa há no ambiente em torno dessa apreciação?

    Quando fui eleito deputado federal, eu conversava com os veículos de comunicação do meu estado e até mesmo com a associação do estado, e buscava como eu poderia ajudar os veículos de comunicação, já que eu trabalho com o rádio desde 1992, e depois trabalhei na televisão. Quando fui deputado estadual, eu busquei junto ao governo do estado, apoio para iniciativas de modernização, e até mesmo da migração do rádio FM, com recursos do Banco de Desenvolvimento do Estado. Quando cheguei à Câmara Federal, eu queria ajudar de alguma forma. Fui informado de que havia esse projeto do (deputado) Sandro Alex, que estava parado na Comissão de Desenvolvimento Econômico, da qual sou titular. Fui até a presidência (da Comissão), depois fui até um colega que tinha a relatoria e a solicitei. Ele prontamente me passou a relatoria, por eu ser do meio, e começamos a trabalhar em várias mãos, com a ABERT e as associações, para que pudéssemos colocá-lo em votação. Tivemos um embate grande, convencemos alguns colegas e aprovamos por unanimidade. Acredito que tem um vento favorável para que a gente possa aprovar o quanto antes. Muito em breve teremos essa ativação para democratizar realmente a comunicação, através de um aparelho que todo mundo utiliza. Hoje, você praticamente faz tudo através do celular, da internet. No entanto, o rádio propriamente dito não precisa da internet, basta, basicamente, a gente habilitar o chip FM para que todos possam ouvir a rádio na sua localidade, sem ter que pagar internet.

    Hoje a gente vive um problema ainda muito grande de inclusão digital ...

    Isso é importante você falar porque em Brasília, onde resido, existe sombra de internet. Se você não tiver wi-fi não consegue acompanhar sua emissora de rádio preferida, do seu estado. Mas você pode acompanhar uma emissora similar, de onde você está. Não consigo ouvir as rádios do Distrito Federal e do entorno porque ele não tem essa ativação. Eu tenho um aparelho da Apple que não tem essa ativação, apesar de outros aparelhos da Apple terem essa ativação. Eu tenho um iPod que tem rádio. Então o que acontece hoje: você precisa ter internet, ter um aplicativo para poder ouvir a sua rádio. Temos problema até mesmo em regiões longínquas do Brasil, e até mesmo no meu estado. Não é todo lugar que você tem sinal de TV, sinal de internet, mas invariavelmente se você pegar um radinho de pilha, ou na energia ou até mesmo um celular que tenha a função rádio, você vai conseguir ouvir a sua rádio regional.

    A liberdade de imprensa e de expressão é uma das bandeiras da ABERT. Fazemos levantamentos constantes, anuais, e não é uma realidade só brasileira, é uma questão mundial. Existe um movimento de tentar atrapalhar o trabalho do jornalista. O senhor acha que o nosso direito de comunicar está ameaçado? 

    Em alguns lugares do mundo e do Brasil, sim. Particularmente, no meu estado, nunca tive problemas, mas tenho colegas que já tiveram. Eu trabalho em uma emissora que nunca me podou no que eu falasse ou até mesmo do que eu possa falar, e até mesmo de comentários. Porque sou apresentador do Balanço Geral e, invariavelmente, eu posso me exceder em um comentário um pouco mais pesado contra alguma autoridade ou algum problema do meu estado. Nunca tive problemas quanto a isso, mas já testemunhei casos com alguns colegas no interior. Tenho um colega  que teve problemas no Nordeste, como apresentador de televisão, por fazer pautas factuais que mostram mazelas de uma cidade e de uma região. Acredito que a gente precisa garantir ao comunicador, o jornalista, o radialista, a condição de passar a informação. Se ele se exceder ou tiver algum problema, nós temos no sindicato e nas associações órgãos e mecanismos que podem punir esse profissional.

    Qual a importância do jornalismo profissional para a gente combater a desinformação?

    Eu sofro muito com as fake news. No meu estado, como apresentador de um programa popular, invariavelmente acontece de eu ter um ou outro problema de informações desencontradas contra a minha pessoa. Hoje em dia, temos muito isso nas eleições, pessoas que interpretam mal e acabam fazendo memes ou passando uma notícia de forma equivocada para frente.  Acredito que temos que ter uma vigilância constante, e eu vejo muitos veículos de comunicação fazendo esse tipo de trabalho. Quando você está em um serviço de mensagens, como Telegram ou WhatsApp, ou até mesmo em redes sociais em que alguém falar algo, cheque essa informação. Temos esse problema até mesmo em órgãos de governo que, às vezes, não checam uma informação e publicam notícias equivocadas. Por isso, apesar de a gente ter a internet e as redes sociais democratizando a comunicação, termos rádio até na web, a gente precisa sempre checar, através dos veículos tradicionais. O Brasil pode ter certeza absoluta que nenhum grande veículo vai dar uma informação sem ela ter sido checada exaustivamente. E mesmo que ele cheque essa informação e em algum momento ela seja equivocada, ou não tem a versão da outra parte, o veículo será responsabilizado.

    amaro neto vale este

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