Autor do projeto que acaba com o fundo eleitoral, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) foi entrevistado pela Rádio ABERT durante visita à sede da Associação, em Brasília. Parlamentar em primeiro mandato e jornalista, Nunes avaliou o momento político atual e falou sobre as expectativas para aprovação da reforma previdenciária. Leia os principais trechos da entrevista do deputado. Acesse a íntegra aqui.
O senhor está no seu primeiro mandato como deputado. Qual sua avaliação sobre o ambiente político atual?
O ambiente é de muita expectativa. O governo Bolsonaro está trabalhando há apenas quatro meses e é um governo que é a grande esperança do povo brasileiro. Nós do PSL saímos de uma bancada de dois para 54 deputados. Foi um fenômeno. A maioria ainda são novatos, então ainda estamos aprendendo. Não tem como em quatro meses aprender como se faz a política e como funciona o Congresso. Mas em pouco tempo estaremos adaptados. O mais importante é que nossa bancada é composta por pessoas sérias, honestas e que acreditam no Brasil.
Como deputado do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro e que está fechado com a reforma da Previdência, como será convencer parlamentares de outros partidos a apoiar a proposta que está tramitando?
Para convencer, não está sendo difícil. Nem um pouco. Pois todos sabem que se não aprovar esta reforma, o Brasil vai quebrar. Depois da descoberta do mapeamento genético, todos estamos vivendo muito mais. Há 40 anos uma pessoa de 50 anos era um idoso. Hoje, pessoas com 70 e 80 anos estão jogando futebol. Então, como as pessoas vivem muito mais e continuam com os mesmos benefícios? Quebra o país. Se vai viver mais, é lógico que trabalhe mais também. Isso é fácil de compreender. O slogan da nossa reforma é: “quem ganha mais, paga mais. Quem ganha menos, paga menos”. São quase 14 milhões de pessoas que ganham um e dois salários mínimos e esses vão pagar menos. Não é nada difícil convencer parlamentares que pensem no futuro de seus filhos, netos e do Brasil. Agora, os parlamentares que olham apenas seu umbigo, esses a gente não vai convencer e nem queremos. Temos números suficientes para aprovar, porque pessoas de bem estão imperando hoje na Câmara.
Além da reforma da Previdência, quais são suas prioridades?
Meu primeiro projeto foi o fim do fundo eleitoral. O fundo eleitoral permite que o deputado federal ganhe em 40 dias até R$ 2,5 milhões. Isso para gastar em uma campanha, enquanto quem está nos ouvindo quer ser candidato e não recebe nada. Que democracia é essa? Como alguém vai concorrer com um candidato dessa maneira? Estou indo contra mim, mas não acho justo. Estou aqui para fazer o correto. Eu banquei toda a minha campanha e fui o terceiro que menos gastou no Rio Grande do Sul. A média que todos gastam é acima de R$ 2 milhões. No PSL, a média é em torno de R$ 30 mil. Se R$ 30 mil elege, porque gastar mais de R$ 2 milhões? Tem coisa errada aí.
O senhor é jornalista e uma das bandeiras da ABERT é a defesa da liberdade de imprensa e de expressão. Vimos alguns casos recentes de cerceamento da imprensa. O senhor acha que essas liberdades podem estar em risco?
A liberdade de imprensa deve ser respeitada ao extremo. Não existe democracia sem liberdade de imprensa. Sobre o STF, que tentou tolher a liberdade de imprensa e disse que era fake news o que estava sendo praticado contra o presidente do STF, Dias Toffoli, eu falei que o Supremo deveria saber mais o que é fake news. Porque quando se tem uma notícia baseada em fatos reais, isso não é fake news, isso é verdade. É preciso saber também o que é fake justiça. Isto é, um juiz com 30 anos se aposentar. Não é muito jovem? Sabe como um juiz se aposenta? Cometendo um crime. Por exemplo, trabalhando alcoolizado. Aí ele é punido. E sabe qual é a punição? Ele é aposentado recebendo salário. Isso não é punição, isso é prêmio. Tem que acabar com isso. Já mandei indicação ao STF para acabar com isso. E o juiz, o desembargador que quer o melhor para o Brasil, sabe que eu tenho razão. Não é justo!