“O rádio é um veículo de muita credibilidade, tenho muito orgulho de ser filho do rádio e realmente precisamos defendê-lo”, destacou o radialista e deputado federal Eli Corrêa Filho (DEM-SP), em entrevista à Rádio ABERT.
O deputado visitou a sede da ABERT, em Brasília, na terça-feira (11), e foi recebido pelo diretor geral Cristiano Lobato Flores e pelo diretor de Relações Institucionais, Márcio Maciel.
Leia os principais trechos da entrevista. A íntegra pode ser acessada aqui.
O senhor já está no seu terceiro mandato como deputado. Esteve no Congresso anterior e se manteve nesse novo, que teve 52% de renovação. O que mudou e o que podemos esperar desse novo Congresso? Quais são seus projetos?
Eu já estou no meu sexto mandato: três como deputado estadual e já é meu terceiro como deputado federal. É claro que no Congresso existe um dinamismo muito grande, mas também há uma expectativa que tem que ser correspondida para a população, como geração de emprego, crescimento... Não aguentamos mais o país estagnado e envolvido nessa sombra de corrupção. Então acho que o papel de cada parlamentar nesse novo Congresso é, realmente, representar a população dignamente, defendendo os interesses e, mais do que isso, ter essa sensibilidade que falta, sentindo realmente o que as pessoas sofrem no dia a dia. Então o representante tem uma responsabilidade muito maior e eu me sinto muito orgulhoso por representar essa parcela no estado de São Paulo.
E algum projeto em vista para a radiodifusão?
Eu sou muito cobrado, até porque venho de rádio. Meus ouvintes são os meus eleitores. O rádio é um veículo de muita credibilidade, tenho muito orgulho de ser filho do rádio e realmente precisamos defendê-lo. Estou hoje como presidente da Comissão de Viação e Transporte, nada a ver com veículos de comunicação, mas não posso esquecer esse lado que faz parte da minha vida. Estou criando uma frente parlamentar que engloba tanto a migração do rádio AM para FM, mas mais do que isso: a defesa da radiodifusão. Então todos os interesses de rádio e, inclusive, de televisão, vão passar por essa frente, que vou criar nas próximas semanas. Estou muito motivado. Preciso me sentir cada vez mais fazendo o dever de casa, que é defender esse veículo maravilhoso e que mexe com a imaginação.
O principal desafio é a aprovação da reforma da Previdência. A todo momento querem mexer em algo, fazer alterações... A previsão é que seja votada até julho. Como o senhor avalia essa situação? Acredita no cronograma?
Eu acredito sim no cronograma. Acredito principalmente na capacidade do presidente da Casa (deputado Rodrigo Maia), que dá o tom para a Comissão e, mais do que isso, para o plenário ter a consciência da necessidade dessa reforma. O Brasil está quebrado. Não temos condições de passar mais alguns meses sem sinalização da reforma da Previdência, além de outras reformas que são importantes. Minha expectativa é que até o recesso parlamentar, a reforma passe na Câmara e, no segundo semestre, em setembro, no Senado. O país precisa enfrentar essa mudança para trazer novos recursos. Muitos outros países estão de olho no nosso país para que ele dê esse passo, abrir novos investimentos e empregos. Estou muito motivado para essa votação necessária e urgente da reforma e acredito que logo mais vamos passar por esse desafio.
O senhor concorda que a reforma da Previdência é um projeto de Estado e não de partido ou de governo?
Sem dúvida nenhuma. Cada parlamentar precisa ter essa responsabilidade de trazer para si a melhoria do estado brasileiro para as próximas gerações. Se não fizer essa reforma da Previdência, não tenho dúvidas, o país que já está quebrado, vai piorar muito mais. Então cada um tem que ter consciência e fazer sua parte: votar pela reforma!
Na sua avaliação, qual seria uma agenda para o Brasil?
Acredito que tem que ser de reformas, mas como falei, tendo a sensibilidade, nunca esquecendo do pequeno, daquele que não tem voz nem vez. E é isso que o rádio também faz. Há pouco tempo tive uma reunião com o ministro Paulo Guedes falando sobre a reforma da Previdência. E uma das pautas era justamente fazer um investimento no rádio, porque o rádio é o veículo de mais credibilidade e chega em lugares onde a internet e a televisão não chegam. Mas o rádio está lá. Então ele é fundamental na abrangência da conscientização das reformas. A agenda que o Brasil precisa é de um compromisso sério, sem se esquecer dos que mais precisam.
Estamos passando por uma série de inovações tecnológicas e novos formatos de comunicação têm surgido. Como radialista, como o senhor avalia o rádio atualmente e prevê o futuro do meio?
A migração do rádio AM para FM é urgente por causa da qualidade de som. Não só os proprietários de rádio, mas principalmente os ouvintes também precisam dessa qualidade. Eu vejo, no meu caso, a Rádio Capital de São Paulo, é a rádio AM de maior audiência e que supera muitas FMs. Sempre lembramos da fidelidade que o ouvinte tem pelo locutor. Essa necessidade que temos e a vontade de transformar é urgente. Mas fico bem tranquilo, após vir aqui na ABERT, que a migração está bem avançada e, logo mais, os grandes centros terão ainda mais essa qualidade de som que os ouvintes merecem. Então saio daqui muito motivado, esperançoso, e com a certeza de defender o rádio na Câmara Federal.
O senhor acredita que essas novas tecnologias estão a favor do rádio?
Muitos falavam “a internet chegou, o rádio vai acabar”. Não acabou, aumentou. Com os aplicativos, você ouve rádio de onde estiver. A gente acompanha diariamente ouvintes que estão na Alemanha, em Portugal e ouvindo a rádio. É fantástico. Mas, claro, nunca podemos esquecer da valorização do rádio e do radialista.
Uma das principais bandeiras da ABERT é a defesa da liberdade de imprensa e de expressão. Recentemente acompanhamos alguns casos de cerceamento da imprensa. O senhor acredita que esse direito pode estar ameaçado?
Não acredito, pois vivemos em um país democrático, mas precisamos estar vigilantes para que isso não aconteça. A ABERT tem um papel fundamental, juntamente com o Congresso e a sociedade, de cada vez mais divulgar a necessidade da liberdade de imprensa. Não podemos cercear como os países ditatoriais fazem. Temos que ter a liberdade de comunicar e informar. Valorizo muito esse papel que a ABERT está fazendo.