Membros do Parlamento Europeu responsáveis por elaborar a nova regulamentação digital na União Europeia querem que as gigantes da tecnologia paguem pela publicação de notícias produzidas por veículos de comunicação. A medida já foi adotada na Austrália e fortalece o modelo de negócios de empresas de mídia.
Em entrevista ao jornal inglês Financial Times, deputados que elaboram a regulamentação digital destacaram que as propostas poderão receber emendas semelhantes às implementadas na Austrália, como, por exemplo, a arbitragem compulsória para o licenciamento de acordos e a exigência de que as companhias informem os editores de publicações sobre mudanças na organização de notícias no portal.
Segundo o deputado Alex Saliba, de Malta, um dos responsáveis pela formulação da lei, a negociação realizada na Austrália reduziu os desequilíbrios de poder de negociação com os órgãos de imprensa. “As grandes plataformas digitais criam desequilíbrios de poder e se beneficiam de modo significativo do conteúdo. Acho justo que elas paguem uma quantia razoável”, defendeu.
“Está na hora de obrigar as plataformas online a se envolverem em negociações justas para remunerar o conteúdo noticioso que elas obtêm de empresas jornalísticas e avisá-las sobre mudanças de algoritmos que afetariam a ordem do conteúdo”, destacou a parlamentar francesa Stéphanie Yon-Courtin. Recentemente, um tribunal francês interveio para exigir que a Google negociasse com editores de notícias. A empresa anunciou que pretende investir U$S 1 bilhão em licenciamento de notícias em todo o mundo, nos próximos três anos.