Alcançar os 90% de domicílios aptos a receber o sinal digital foi uma tarefa que demandou esforços de todos os envolvidos – governo, teles e radiodifusão.
As emissoras comerciais de TV não pouparam iniciativas e ações que levassem informação e orientação à população, em especial, a de renda mais baixa. A maior preocupação dos radiodifusores era o prejuízo que poderia ser causado às famílias que têm, na TV aberta, o único meio de receber informações, serviços e entretenimento gratuitos.
A primeira previsão para o desligamento, em 26 de outubro, não aconteceu por causa dos números. Pesquisa realizada pelo IBOPE Kantar dois dias antes da data, em 24 de outubro, apontava para apenas 84% dos domicílios de Brasília e do entorno do DF como preparados para a mudança de sinal.
A radiodifusão foi intransigente. Não aceitou o afrouxamento das regras ou o desligamento a qualquer percentual. Era preciso atingir os 90% determinados em portaria do Ministério das Comunicações.
Com ações ainda mais intensas, grupos foram formados para auxiliar as famílias na instalação correta do conversor e direcionamento de antenas. 14 cidades receberam a visita da Patrulha Digital, com técnicos e engenheiros da TV Globo e alunos voluntários do Senai, num corpo a corpo que envolveu centenas de pessoas.
De forma voluntária, as emissoras comerciais de TV lançaram campanhas maciças de esclarecimento, doando espaços publicitários para vídeos com tutoriais, explicando passo a passo o que deveria ser feito para que o sinal chegue limpo, sem chuviscos ou interferências.
A ABERT produziu e distribuiu, gratuitamente, vídeos informativos, alertando para a data de desligamento, o que era preciso ser feito e o telefone da Seja Digital para que as famílias beneficiárias de programas sociais do governo pudessem agendar a retirada dos kits.
A ABERT continuará envidando todos os esforços possíveis para que 100% da população tenha acesso à TV digital aberta e gratuita.