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    “Foi trabalhoso, mas valeu a pena migrar para FM”, diz radiodifusor

    Após funcionar durante 70 anos na faixa de AM, a Rádio Clube de Guaxupé, em Minas Gerais, está há nove meses transmitindo a programação nas ondas do FM.

    A mudança é comemorada por Rafael Zaiat, um dos diretores da emissora. “Alguns ouvintes me contaram que, antes da migração, em determinados lugares da região, principalmente perto de antenas, a interferência do sinal na rádio era tão grande que inviabilizava escutá-la. Agora, o som da rádio está chegando limpinho em cidades vizinhas, o que consequentemente consolida nossa audiência”, afirma ele.

    Zaiat confessa que a burocracia do processo foi grande. “Foi uma conquista, mas não foi fácil. Fiz a solicitação de migração nos primeiros dias em que o cadastro estava aberto. Achei que seria mais prático, no entanto, não foi. Houve situações em que eu enviei o mesmo documento quatro vezes”, disse.

    Zaiat conta também que no dia da assinatura da adaptação de outorga, precisou da ajuda da ABERT para obter a validação dos documentos. “Meu avô, sócio-proprietário, não pode estar em Brasília no dia do ato. Estava tudo certo, documentação em dia, fui para Brasília assinar, mas a ausência dele foi uma barreira. Neste momento, a ABERT intercedeu e consegui validar todos os documentos e assinar a adaptação para funcionar em FM”, disse.

    De acordo com pesquisa encomendada pela ABERT, 72% das emissoras avaliaram que o processo de migração poderia ter sido mais rápido. O diretor de Rádio da ABERT e responsável pelos estudos de migração no país, André Cintra, reconhece que em alguns casos o processo é mais complexo, mas acredita que, após o efetivo funcionamento em FM, os benefícios superam a burocracia. “Estar na faixa de FM é um enorme salto de qualidade para as rádios. Essa qualidade era uma demanda das emissoras, tanto que mais de 90% delas solicitaram a mudança. No FM, a rádio tem chance de estar em diversas plataformas, além de entregar ao ouvinte um som muito mais limpo”, afirma Cintra.

    Ainda segundo a pesquisa da ABERT, 95% das emissoras avaliaram como positiva a mudança de faixa. 57% disseram que a receita aumentou, em média, 51%.

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