“No período pós-pandemia, as demandas da audiência de rádio e TV continuarão as mesmas: informação e diversão. As formas é que estão mudando”. A aposta é do diretor de Assuntos Institucionais do SBT e conselheiro da ABERT, Roberto Franco, entrevistado do encontro virtual AESP Talks, realizado na quarta-feira (21). A conversa foi conduzida por Eduardo Cappia, com a participação do radialista Marco Moretto e do presidente da Associação, Rodrigo Neves.
De acordo com Franco, além das novas plataformas de transmissão, as tendências apontam para uma produção de conteúdo mais democrática. Franco lembra que TV e rádio são destinados à comunicação de massa e devem se concentrar nesse caminho, enquanto os outros meios surgem com aptidão natural para abordar assuntos segmentados. “O segredo será encontrar conteúdos relevantes para grandes grupos, e também criar formas de monetizar o conteúdo voltado para os grupos menores”, avalia. A competição não é mais entre veículos, acredita, mas pela atenção e pelo bolso do consumidor.
Hoje em dia, destacou, a preocupação está em colocar o público no foco, levando em conta todas as informações disponíveis sobre ele. Também é preciso entender as demandas e necessidades dessa comunidade.
Outra característica da comunicação do futuro é a concentração de empresas em conglomerados, para atender às demandas da audiência com mais velocidade. O consumidor, cada vez mais insatisfeito, exige um aprimoramento constante na qualidade, conteúdo e conveniência dos produtos e serviços.
Também desponta no cenário uma maior preocupação com o sigilo dos dados dos usuários, o que força emissoras a investir em pesquisas analíticas, big data e ferramentas de metrificação de resultados. As assimetrias competitivas entre os veículos, a tributação e a responsabilização pelo conteúdo veiculado, por outro lado, seguem em desequilíbrio.
Para driblar a crise pós COVID-19 e se adequar ao mercado, o SBT, segundo Franco, busca produzir conteúdo integrado e utilizar todas as plataformas disponíveis, reconhecendo sempre o caráter universal da radiodifusão. “A TV aberta é capaz de falar com 200 milhões de brasileiros em um mês, não há outro meio no Brasil que faça isso”, reforça.