Para combater a proliferação de notícias falsas, fenômeno ainda mais evidente após o surgimento da pandemia de COVID-19, a Google lançou uma nova etapa de seu programa de combate à desinformação. A medida vem após a aplicação de multas às gigantes de tecnologia pela veiculação e propagação de fake news, intensificada na crise sanitária.
A plataforma de busca disponibilizou uma campanha de conscientização para redes sociais, um manual sobre mitos e fatos, além de um vídeo feito com técnica de animação. O kit foi desenvolvido para auxiliar os internautas, de forma simples e didática, a verificar a veracidade de informações veiculadas.
“Trabalhamos há quase 20 anos de forma colaborativa para um jornalismo saudável. Temos mais de 24 bilhões de cliques que acontecem todo mês a partir das buscas das pessoas para encontrar jornalismo de qualidade”, explica o coordenador do Google News Lab no Brasil, Marco Túlio Pires. Segundo o executivo, uma pesquisa do instituto Deloitte mostrou que cada clique equivale a um valor médio de quatro a sete centavos.
A empresa já havia lançado o Google News Iniciative, em junho de 2020, para destinar U$ 1 bilhão a portais noticiosos nos próximos três anos. Já em andamento no Brasil, o projeto foi batizado como “Destaques” e reúne, até o momento, 30 veículos de comunicação.
A simetria de regras entre as empresas de tecnologia e as de comunicação está no foco das ações de vários países em todo mundo.
A cobrança pela utilização de conteúdo jornalístico por grandes empresas de tecnologia já é realidade na Austrália. O país aprovou, na semana passada, uma lei que obriga as plataformas de internet a remunerar as empresas de mídia. Na Europa, a França é um dos países que debatem a adoção de legislação semelhante.