O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nesta terça-feira, 11, a criação de um grupo de trabalho formado por representantes do governo, das empresas de comunicação, de jornalistas e especialistas em segurança pública para discutir uma política pública voltada para a proteção dos profissionais de imprensa.
A decisão foi tomada durante audiência, no final da manhã, entre o ministro e dirigentes da Abert, ANJ e Aner, entidades nacionais que representam emissoras de rádio e TV, jornais e revistas, respectivamente, para tratar da escalada da violência contra jornalistas e veículos de comunicação.
O encontro foi pedido pelas entidades, preocupadas com o aumento dos casos de agressão a profissionais. Participaram do encontro o presidente da Abert, Daniel Slaviero, o presidente da ANJ, Carlos Lindenberg Neto, o diretor da Aner, Paulo Tonet Camargo, o presidente da Associação Internacional de Radiodifusão, Alexandre Jobim, e Flávio Lara Resende, da Abra.
A primeira reunião do grupo acontece na próxima terça-feira, 18, às 10h, no Ministério da Justiça, em Brasília. Nesta quinta-feira, 13, em Aracaju, o ministro da Justiça apresentará a secretários de segurança dos estados um protocolo de novos procedimentos para orientação de políticas de segurança no país.
O presidente da Abert elogiou a iniciativa da presidente Dilma Rousseff de colocar a Polícia Federal à disposição para apoiar as investigações sobre o caso, e voltou a defender um novo padrão de atuação das polícias, “que respeite o direito do cidadão à livre expressão e manifestação e as condições para a atuação de profissionais de imprensa em manifestações”.
Segundo Slavieiro, o grupo de trabalho permitirá avaliar a situação e buscar soluções a partir de contribuições dos diversos setores envolvidos. “Temos um objetivo em comum que é defender a liberdade de imprensa como um valor essencial da democracia”, afirmou.
De acordo com o presidente da Abert, a proteção dos profissionais de imprensa em situações de risco motivou as empresas a adotarem medidas de segurança durante as manifestações. “As empresas de comunicação têm fornecido coletes a prova de balas, capacetes, e máscaras de gás lacrimogêneo. No caso específico do cinegrafista da Band, ele havia participado recentemente de um curso no Exército sobre cobertura jornalística em áreas de riscos. As empresas estão preocupadas e dispostas a colaborar e a discutir eventuais aperfeiçoamentos das normas vigentes”, declarou.
“Pedimos a audiência com o ministro da Justiça, no sentido de transmitir a angústia que a nossa atividade vivencia diante desse momento tão delicado. Toda essa preocupação foi transmitida ao ministro, que nos atendeu prontamente e mostrou-se bastante sensibilizado com o problema”, afirmou o presidente da ANJ, Carlos Lindenberg.
Assessoria de Comunicação da Abert