As questões que envolvem a migração das recepções domésticas de sinal da TV parabólica (TVRO) da Banda C para a Banda Ku foram abordadas durante um bate-papo interativo com a participação de representantes do setor de radiodifusão na 86ª edição do Techfriday. No evento promovido pela UNISAT (Consultoria, Engenharia e Treinamento em Telecomunicações), o diretor de Tecnologia da ABERT, Luiz Carlos Abrahão, destacou os ganhos da tecnologia 5G para o Brasil.
“Estamos falando da expectativa de cerca de R$ 150 bilhões de investimento de infraestrutura de conectividade nos próximos 20 anos, que serão de extrema importância para o país e também para o setor de radiodifusão, beneficiando não só os processos de contribuição e distribuição de conteúdo, mas também operações e modelos de negócios que a radiodifusão vem expandindo no ambiente digital, como OTT (Over The Top), dentre outros”, explicou.
Abrahão lembrou ainda que inicialmente o grande desafio da radiodifusão era ter o reconhecimento das TVROs como uma operação de interesse público, o que foi alcançado, com muito empenho do setor e, em particular, da ABERT, por meio de políticas públicas adotadas pelo Ministério das Comunicações.
Em um segundo momento, foi a vez da defesa da proposta apresentada pelo setor de radiodifusão para evitar interferências: a migração dos sinais de TVRO da Banda C para a Banda Ku. A proposta foi reconhecida pela Anatel e demais órgãos como a melhor solução técnica e de utilização eficiente do espectro.
“Hoje, cerca de 20 milhões de domicílios brasileiros fazem uso dos sinais de TV aberta e gratuita transmitidos por satélite. Isso representa 60 milhões de usuários, sendo que alguns contam apenas com esse meio de acesso à informação, cultura e entretenimento”, ressaltou.
O painel ainda chamou a atenção para a questão dos prazos estabelecidos pelo Ministério das Comunicações. “São diferentes e complexos processos que precisarão ser realizados em prazo extremamente desafiador, o que demandará grande atenção e empenho de todos os agentes/atores envolvidos”, concluiu Abrahão.