"Proteger os jornalistas é uma questão que precisa ser articulada em todos os âmbitos sociais. O Estado tem que ser capaz de permitir o trabalho seguro dos comunicadores”, afirmou a advogada Catalina Botero, relatora especial para liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Catalina participou do Fórum Mundial dos Direitos Humanos, realizado em Brasília, entre os dias 10 e 13 de dezembro.
No painel “Comunicação e Direitos Humanos”, a advogada criticou a falta de empenho das autoridades na investigação dos crimes contra profissionais de comunicação. “É possível criar mecanismos para prevenção e proteção dos jornalistas. Um deles é fazer investigações firmes e rigorosas para que os crimes não fiquem impunes”, disse.
“O número de assassinatos de jornalistas na América Latina nos deixa muito preocupados, já que em muitos países esses dados superam nações que vivem em guerra”, afirmou a relatora.
Durante o evento, o diretor de Comunicação da Abert, Théo Rochefort, entregou a Catalina o Relatório de Liberdade de Expressão 2012-2013, produzido pela entidade, que registra até outubro cinco mortes e um total de 136 casos entre assassinatos, atentados, agressões e censura judicial a profissionais e veículos de comunicação do país.
O relatório deste ano trouxe um capítulo especial com os casos de violência ocorridos durante as manifestações populares que se iniciaram em junho.
Promovido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o fórum foi aberto com a presença da presidente Dilma Rousseff, e da ministra Maria do Rosário (SDH). Durante a cerimônia, a presidente assinou o documento que cria o Sistema Nacional de Combate à Tortura.
O evento contou com a participação de representantes de diversos países e debateu, além de liberdade de expressão, temas como a proteção dos índios, as violações contra a população em situação de rua, e os direitos da criança e do adolescente.
Assessoria de Comunicação da Abert