Um canal direto entre a Organização das Nações Unidas (ONU) e as entidades que lutam para defender a liberdade de imprensa no mundo vai reunir os casos emergenciais de violência contra jornalistas.
Para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, esse canal vai mobilizar os mais altos escalões da ONU. “Com essa medida será possível assegurar uma melhor coordenação entre as agências, fundos e programas de defesa da liberdade, conforme definição do Plano de Ação para Liberdade dos Jornalistas e a Questão da Impunidade, adotado pelas Nações Unidas em 2012”, disse.
A criação desse canal direto ocorre num período particularmente preocupante para jornalistas no mundo. Segundo pesquisa da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), apesar do plano de ação da ONU, 580 jornalistas e profissionais de mídia foram mortos desde 2012 em todo o mundo.
Relatório Liberdade de Imprensa da ABERT
O Relatório da ABERT sobre violações à liberdade de imprensa compila, anualmente, os casos de violência contra jornalistas e profissionais de comunicação.
Em 2017, em apenas cinco meses, cerca de 34 profissionais da imprensa sofreram algum tipo de violação à liberdade de imprensa. Entre alguns casos, 10 jornalistas foram agredidos, 8 foram roubados ou furtados enquanto trabalhavam e 3 sofreram ameaças.
No ano de 2016, o Relatório da ABERT registrou 172 casos de agressões, atentados, ataques, ameaças e intimidações. Pelo menos 261 profissionais e veículos de comunicação sofreram algum tipo de violência não-letal. Número 62% maior do que em 2015.
No ano passado, o levantamento da ABERT registrou dois assassinatos de jornalistas no exercício da profissão.