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    Parlamento – Darcísio Perondi (PMDB-RS)

    O vice-líder do governo na Câmara, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) visitou a ABERT nesta quarta-feira (22). Recebido pelo presidente Paulo Tonet Camargo e representantes do setor de comunicação, o parlamentou falou à Rádio ABERT sobre a importância da aprovação imediata da  Reforma da Previdência. “O rombo anual da Previdência é de cerca de R$ 230 bilhões. Se nada for feito, em dez anos não haverá dinheiro para pagar as aposentadorias. Por isso, é preciso mudar as regras e lembrar que a proposta não tirará nenhum direito de aposentados, pensionistas e trabalhadores que, pela regra atual, já podem se aposentar”, disse.

    Leia alguns pontos da entrevista do deputado Darcísio Perondi.

    A Reforma da Previdência tem gerado uma grande polêmica. É possível encontrar um meio termo entre o que o governo precisa fazer e o que a sociedade quer para essa reforma?

    A sociedade está sendo informada. A Reforma da Previdência precisa ser feita e a discussão dentro do Congresso e com a sociedade civil já começou. É preciso deixar claro que a proposta não tira direito de nenhum aposentado em todos os setores e de quem está para se aposentar. Mas para manter o sistema previdenciário vivo, é preciso mudar as regras para os demais trabalhadores.

    Qual será a idade mínima para se aposentar?

    Pelo texto apresentado pelo governo, a idade mínima será de 65 anos e 25 anos de contribuição, valendo para homens com menos de 50 anos de idade e mulheres com até 45 anos. A Reforma  prevê uma regra de transição para homens que têm mais de 50 anos e mulheres com mais de 45 anos,  respeitando os direitos adquiridos dos cidadãos. As regras são justas e podem ser acessadas no site: http://www.previdencia.gov.br/reforma-da-previdencia/.  As pessoas me perguntam por que 65 anos, homem e mulher. O brasileiro está vivendo muito mais. Hoje quem contribui está pagando para os atuais aposentados. Daqui a 30 anos, por exemplo, haverá muito mais idosos. E lhe faço uma pergunta: como essas pessoas vão receber a aposentadoria? Essa conta jamais fechará, por isso é preciso uma mudança para garantir o direito dessas pessoas receberem a aposentadoria. É preciso começar a diminuir o rombo da Previdência. Se nada for feito, acredito que em 10 anos não haverá dinheiro para pagar as aposentadorias.

    É verdade que o trabalhador terá que contribuir por 49 anos para receber a aposentadoria integral?

    Esta medida não vai atingir a maioria dos trabalhadores. A proposta garante a vinculação ao salário mínimo, que é o valor do benefício de quase 70% dos aposentados. Esses trabalhadores que recebem o salário mínimo continuarão tendo a aposentadoria integral cumprindo apenas os 25 anos que a proposta exige para o tempo de contribuição. Para os demais trabalhadores, a proposta preservará o cálculo da média pelos 80% maiores salários recebidos pelo trabalhador quando estiver na ativa. Hoje dificilmente o trabalhador recebe aposentadoria integral.

    Para os jovens que ainda entrarão no mercado de trabalho, o que o senhor pode dizer?

    Quem entra no mercado de trabalho com 20 anos, viverá, pela expectativa de vida atual,  muito mais que os 80 anos. A Reforma para o futuro trabalhador será muito importante, pois fará com que ele possa receber a aposentadoria lá na frente. Ele terá a opção de trabalhar mais, contribuir por mais tempo e ter uma aposentadoria maior. 

    A Reforma irá igualar as regras de aposentadoria de servidores  públicos e de trabalhadores privados?

    As regras serão iguais para todos. Nós vamos enfrentar os privilégios. Valerá para o agricultor, tanto como para os militares, parlamentares e magistrados. Parece mentira, mas vamos  enfrentar os poderosos. É uma briga grande com os graúdos.

    Deputado, há setores da sociedade que dizem que não há déficit na Previdência. O que senhor pode dizer para quem pensa assim?

    É comprovado que há déficit. São diversos estudos de pessoas e órgãos altamente competentes. Os números são alarmantes. O déficit do ano passado incluindo a área pública foi de R$ 230 bilhões. O governo para cobrir o buraco da seguridade tem que, por meio do Tesouro, pegar dinheiro emprestado para pagar os benefícios. Foram feitos estudos do rombo por área. O prejuízo causado pelos servidores civil e militar chega a R$ 77 bilhões. O trabalhador rural causa um rombo de R$ 100 bilhões e, na área do trabalhador urbano, o déficit  chega a R$ 50 bilhões.

    Pela experiência como parlamentar, a Reforma será votada neste ano?

    Sim, será. Estamos em fase de muita discussão. Toda a semana há reuniões com diversas áreas da sociedade e de trabalhadores. A proposta pode ser ainda melhorada. Acredito que até abril votamos na Câmara e depois a Reforma vai para o Senado. Então até o mês de agosto ou setembro resolveremos isso.

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