O deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP) visitou a ABERT esta semana e foi recebido pelo presidente Daniel Slaviero, diretores e conselheiros da associação.
Em entrevista à Rádio ABERT, o parlamentar falou de diversos temas, entre eles, a aprovação do projeto de sua autoria juntamente com outros parlamentares que libera a produção e distribuição do remédio Fosfoetanolamina, utilizado para tratamento do câncer.
“Ficou comprovado que esse remédio melhora a qualidade de vida das pessoas que estão com câncer. Precisamos distribuir gratuitamente esse medicamento”, disse o deputado.
Leia os principais trechos da entrevista de Celso Russomanno à Rádio ABERT.
O quanto esse remédio para tratamento do câncer pode ajudar as pessoas que estão doentes?
O medicamento chamado Fosfoetanolamina foi descoberto pelo professor da Universidade de São Paulo, Gilberto Chierice. Ao longo de muitos anos, ele testou em animais e depois em pessoas. Mais de 5 mil pessoas já receberam esse medicamento e ficou comprovado que a qualidade de vida dos doentes com câncer melhorou significativamente. Eu vivi esta situação dentro de casa. Meu pai acabou de falecer, mas enquanto ele estava tomando este medicamento vivia muito melhor. Por meio de exames, ficou comprovado que os tumores que o atacavam estavam diminuindo. Atualmente, o medicamento é entregue apenas por decisão judicial. Para acabar com a judicialização deste assunto, apresentamos esse projeto para que todos os doentes com câncer tenham acesso ao remédio. O projeto aprovado na Câmara libera a produção e a distribuição do remédio mesmo antes do registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
O que falta para a liberação do remédio pela Anvisa?
O problema é que a Anvisa só aprova o medicamento após dois anos de testes clínicos com acompanhamento médico em hospitais de referência. Só que todo esse processo demora mais de dois anos. E quem tem câncer não tem todo esse tempo para esperar.
Após a aprovação no Senado e a sanção presidencial como será feita a distribuição?
Lembrando que antes o projeto precisa ser analisado no Senado e, se aprovado, a presidente precisa sancioná-lo. Depois disso, o governo fará toda a distribuição por meio das farmácias populares. Cada comprimido custa cerca de R$ 0,30 para a produção. Ou seja, é muito barato para o poder público. Recentemente, eu relatei um caso onde uma pessoa com câncer na garganta precisava de um remédio que custava R$ 80 mil. O que nós enxergamos é um esforço dos grandes laboratórios para que esse medicamento de combate ao câncer não seja produzido.
Assim que for sancionado, quem irá produzir o remédio Fosfoetanolamina?
São Paulo fez uma parceria com um laboratório na cidade de Cravinhos, interior do estado, que tem condições de fazer a produção deste medicamento. Logicamente haverá com o tempo outros laboratórios certificados para a produção deste remédio. E o mais importante, o professor da USP, Gilberto Chierice, continuará realizando pesquisas para quem sabe o aperfeiçoamento deste remédio.