Deputado Federal no segundo mandato, Walter Ihoshi (PSD-SP) tem se dedicado a questões da saúde no país. Ele foi o principal articulador da Frente Nacional para a Desoneração de Medicamentos e também é autor de alguns projetos que buscam garantir novos recursos para o sistema de saúde.
Um deles destina um percentual da arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal para a manutenção das Santas Casas de Misericórdia espalhadas pelo Brasil.
O deputado Walter Ihoshi visitou a Abert e falou sobre esses temas. Leia os principais trechos da entrevista.
- O senhor é autor de um projeto que destina um percentual da arrecadação das loterias para as Santas Casas de Misericórdia. O que o motivou a apresentar esse projeto?
Acompanho o trabalho das Santas Casas em todo o país. É um trabalho importante, já que quase metade dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) acontece lá. E a situação em muitas cidades é precária, com falta de medicamentos e de instrumentos para cirurgia. O meu projeto destina 2% de toda arrecadação da loteria para que possa salvar esses hospitais.
- Quais são os recursos que mantêm as Santas Casas Misericórdia?
Algumas vivem com convênios, outras com recursos de atendimentos privados, mas 70% das Santas Casas vivem de dinheiro público que, infelizmente, não é suficiente para manter toda a estrutura.
- Falando ainda sobre saúde, o senhor liderou a criação da Frente Parlamentar para Desoneração de Medicamentos. A que se propõe esta frente no Congresso?
O Brasil paga 36% de imposto sobre medicamentos. A média mundial é de 6%. O governo federal há pouco tempo diminuiu os impostos de vários segmentos. Vamos lutar para tentar diminuir os impostos nos medicamentos. A Frente foi instalada há duas semanas e participam dela mais de 230 deputados.
- O senhor também é autor de um projeto que autoriza autoridades consulares brasileiras a realizarem separação e divórcio caso sejam consensuais.
Aqui no Brasil é muito fácil e rápido realizar uma separação consensual. Basta ir ao cartório. Agora, os brasileiros que vivem fora do país não conseguem. Eles precisam voltar ao Brasil, gastar, muitas vezes, mais de R$ 3 mil só para conseguir essa separação. Acompanho muitos brasileiros que vivem no Japão e nos EUA, que não tem condições de voltar ao país. Com esse projeto, bastarão as duas partes de forma consensual procurarem o escritório consular do Brasil com os documentos necessários.