Na última quinta-feira (15), entrou em vigor o reajuste das taxas da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine). A medida altera em 143% o Condecine Título e em 28,48% o Condecine Teles, cuja verba é revertida para a Agência Nacional de Cinema (Ancine).
Para a veiculação de qualquer produto audiovisual, incluindo comerciais de TV aberta, a taxa é obrigatória por lei para locais que possuem mais de um milhão de habitantes. De acordo com a Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro), a decisão do governo federal terá forte impacto sobre os pequenos anunciantes de televisão, pois encarece a produção de comerciais.
“O aumento da Condecine chega em momento muito desfavorável para o mercado, e vai reduzir fortemente a capacidade dos pequenos anunciantes de utilizarem a TV em suas campanhas”, disse Glaucio Binder, presidente da Fenapro. Ele alertou, ainda, que embora o reajuste tenha sido feito de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atualmente o mercado está sem condições de absorver este aumento de uma única vez.
“Isto vai tirar do pequeno varejista uma importante ferramenta para levar ao consumidor suas ofertas, e concentrará o poder de comunicação nas mãos das grandes redes de varejo, com forte impacto em termos de concorrência e competitividade dos pequenos”, acrescentou Binder.
A taxa cobrada é única e não proporcional ao valor do investimento, o que torna maior o peso da taxa Condecine sobre o orçamento da campanha publicitária de um pequeno anunciante do que para um grande anunciante.