A pedido da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, órgão subordinado à Presidência da República, a Polícia Federal deverá auxiliar nas apurações do caso de assassinato do radialista Rodrigo Neto, 38 anos, executado com três tiros no último dia 8, em Ipatinga, Minas Gerais. A ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, esteve na cidade para acompanhar mais de perto as investigações sobre o crime, informou o portal G1.
“Não é uma questão de não confiar nos trabalhos realizados pela polícia do estado. Estamos solicitando a presença da Polícia Federal no caso por achar que a execução tem características que ferem a Constituição. Por tanto, é um crime federal, que necessita da presença da PF para ajudar nas investigações”, explicou a ministra durante coletiva nesta terça-feira, 19.
Rodrigo Neto era jornalista investigativo e autor de matérias que denunciaram suposta participação de policiais militares e civis em crimes no Vale do Aço. Ele chegou a denunciar ameaças às autoridades do Estado.
Em 2012, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos criou um grupo de trabalho para acompanhar crimes contra profissionais de comunicação. Com 13 membros, o colegiado reúne representantes do governo e entidades de classe, e tem a responsabilidade de analisar denúncias de violência contra profissionais da área, além de propor medidas preventivas.
FEDERALIZAÇÃO - Quatro dias antes do assassinato de Rodrigo Neto, o Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional aprovou pedido para que os parlamentares acelerem a votação do projeto que federaliza as investigações de crimes cometidos contra jornalistas. A proposta é do deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) e tramita desde 2011. O pedido será encaminhado em forma de moção.
O projeto de lei 1.078/11 determina que crimes cometidos contra a atividade jornalística devem ser investigados pela Polícia Federal. A moção também defenderá que a proposta inclua todos os profissionais da área que estejam no exercício da atividade jornalística.
Assessoria de Comunicação da Abert