Durante almoço oferecido nesta quinta-feira (20) pelo Conselho Diretor da ANJ (Associação Nacional de Jornais), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu a regulação das plataformas digitais e falou da importância da reocupação do espaço pelos veículos de comunicação, em especial pelo fato de as redes sociais enfrentarem uma crise de credibilidade.
Em discurso, Barroso ressaltou as consequências negativas provocadas pela assimetria regulatória entre veículos de mídia e as plataformas e afirmou existir “uma transformação na escala do acesso à comunicação social”.
“É preciso uma regulação. Se não vier do legislativo, virá do Supremo”, alertou.
Para o ministro, a liberdade de expressão corre grande risco com a chegada da IA (Inteligência Artificial), “risco maior até que na época da ditadura”.
Já o presidente da ANJ, Marcelo Rech, destacou que, segundo o Atlas da Notícia, 2.712 municípios não contam com um veículo de jornalismo profissional. “Esse vácuo jornalístico, somado ao enfraquecimento de nosso ecossistema profissional e empresarial, vem sendo ocupado pelo gangsterismo nas redes e pela desinformação”, disse Rech.
“É especialmente triste constatarmos que a consequência da assimetria com as plataformas não poupa nem meu estado, o Rio Grande do Sul, num momento em que a imprensa vem exercendo um papel absolutamente fundamental contra as fake news durante a tragédia das enchentes. Ao contrário, a fragilidade econômica criou mais uma presa fácil para o avanço das redes de desinformação em larga escala”, pontuou.
Presente ao almoço, o presidente da ABERT, Flávio Lara Resende, lembrou da pesquisa do Net/LAB da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que apontou os lucros milionários de sites falsos que aplicam golpes nos consumidores.