Após dois anos de espera, a assinatura da portaria que define os valores da outorga de FM foi comemorada pelos radiodifusores que chegaram a Brasília, vindos de todos os cantos do país. Reunidos no Palácio do Planalto, eles falaram sobre o novo momento do rádio brasileiro.
Rubens Olbrisch – Presidente da Acaert
É um sonho. A partir de agora esperamos que as emissoras possam concretizar este sonho de mais de 90 anos. A partir de hoje partimos para a segunda fase que é a instalação das emissoras. Agora é uma nova rádio, as emissoras esperam ajuda de algum órgão para facilitar a compra dos novos equipamentos para poderem funcionar um FM. Temos que ter uma linha de crédito especial para isso.
Roberto Melão – Presidente da Agert (Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão)
Primeiro gostaria de parabenizar o presidente da Abert Daniel Slaviero pela sua luta nesse tema da migração. Se temos essa nova era do rádio, o presidente Daniel faz parte disso. Estamos mudando a história do rádio e isso era necessário. Com isso levaremos mais qualidade aos nossos ouvintes. Agora precisamos de equipamento para essa migração e tenho certeza que a Abert já está olhando para esse tema, buscando financiamentos especiais para que isso ocorra.
Paulo Machado de Carvalho Neto - Paulito – Presidente da Aesp (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do estado de São Paulo)
Nós demos um passo muito importante. A Abert e as associações estaduais fizeram um trabalho incrível. O Ministério das Comunicações foi totalmente receptivo às nossas demandas. Hoje o rádio AM ressurge no Brasil. Essa migração está acontecendo de forma possível e suportável para os radiodifusores.
Acredito que talvez sejam necessárias linhas de crédito especiais para a compra de novos equipamentos. Em São Paulo, a Aesp está trabalhando com o governo estadual e certamente a Abert fará o mesmo.
Carmem Lucia Dummar Azulai, presidente da Acert (Associação Cearense das Emissoras de Rádio e TV) - “É uma inovação para a radiodifusão brasileira. Um grande avanço que vem atender os anseios dos radiodifusores, que tinham problema com suas emissoras AM por questões de sintonia, interferências, e, com isso, a qualidade e o sinal vão melhorar muito, para atender nosso público ouvinte”.
Maria Vieira Lins, da rádio Maciço do Baturité (CE) - “Foi uma luta muito grande e eu acho que a primeira pessoa a acreditar nessa luta foi a Maria Lins, que construiu um prédio, e sonhou, idealizou por muitos anos, na espera da chegada do FM. Eu apostei e acreditei, então, minha expectativa é a das melhores.
Deputado Sandro Alex (PPS/PR) - “Destravamos esse primeiro ponto da definição do preço, agora temos outros pontos para garantir a segurança e eficácia para o radiodifusor para que ele possa desenvolver e levar qualidade a todos os milhões de ouvintes”.
Deputado João Rodrigues (PSD – SC), presidente da Frente Parlamentar da Radiodifusão - “Quando se trata da migração do AM para o FM, você atinge todo o Brasil, principalmente as cidades pequenas, onde o rádio AM é o único veículo de comunicação. Os valores são aceitáveis. Porém, acredito que seja necessário o BNDES criar uma linha de crédito para os radiodifusores comprarem os novos equipamentos”.
Deputado Goulart (PSD-SP) - “É um momento importante para o setor de comunicação do país. Vamos acompanhar de perto todo esse processo de transição do AM e para o FM. Fiscalizaremos para que essa mudança aconteça de forma mais rápida e moderna possível”.
Rodrigo Zerbone, conselheiro diretor da Anatel – “Estamos felizes, pois o ministério conseguiu resolver de uma forma tranquila, condizente com a condição de pagamento do radiodifusor. Isso é importante para continuarmos o processo, liberar o espectro, e que os radiodifusores possam de fato tirar os planos do papel e colocar em prática, seus investimentos”.