Duas emissoras de rádio foram alvo de violência durante a semana. A Rádio Viva 94.5 FM, de Caxias do Sul (RS), teve o parque de transmissão, localizado na cidade de Farroupilha, depredado na madrugada de segunda-feira (1º). Os criminosos quebraram paredes e roubaram diversos tipos de cabos, deixando a emissora fora do ar em algumas localidades. O gerador externo do parque também foi arrombado para a retirada do cabeamento.
Em nota divulgada à imprensa, a Associação Gaúcha das Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) repudiou os ataques à Rádio Viva e afirmou esperar que “as autoridades apurem com brevidade o fato e identifiquem os responsáveis pela prática criminosa para que o caso não fique impune”. Na nota, a Agert ainda reafirmou a defesa pela “liberdade de expressão e direito à livre informação como direitos inalienáveis do público, essenciais ao Estado Democrático de Direito”.
Já em São Paulo (SP), a rádio online SOT foi assaltada, na noite de terça-feira (2), enquanto um programa era transmitido ao vivo pelas redes sociais. Cinco criminosos invadiram o estúdio e roubaram celulares, relógios, colares e correntes dos apresentadores e convidados.
Parque de transmissão da Rádio Viva 94.5 FM depredado
Relatório ABERT Liberdade de Expressão
Ataques e vandalismo contra veículos de comunicação, além de roubos e furtos, estão registrados no Relatório da ABERT sobre Violações à Liberdade de Expressão, lançado anualmente. No documento estão também os casos de assassinatos, agressões, ameaças e intimidações contra os comunicadores. ABERT apoia o posicionamento da Agert e repudia atos de vandalismo e criminosos como estes casos que tentam impedir o livre trabalho da imprensa.
O relatório deste ano, lançado em fevereiro, revelou que, em 2018, três radialistas foram covardemente assassinados por cumprirem a missão de informar.
O número de casos de violência não letal aumentou 50% em relação a 2017. Ao todo, foram 114 registros, envolvendo pelo menos 165 profissionais e veículos de comunicação. Em 2018, houve 16 casos de ataques e vandalismo contra veículos de comunicação de todo o país, um aumento de 300% em relação ao ano anterior.Para o presidente da ABERT, Paulo Tonet Camargo, as agressões contra comunicadores e veículos jornalísticos demonstram intolerância e desconhecimento do real papel da imprensa – de informar a sociedade sobre assuntos de seu interesse.
“Todas essas agressões a jornalistas e veículos são frutos de intolerância e essa intolerância é muito ruim para a democracia. Queremos que o exercício da profissão de jornalista seja entendido e absorvido pelas pessoas como algo fundamental para levar informação para a sociedade brasileira, de forma responsável, isenta e profissional”, afirma Tonet.