O repórter Bruno Amorim, do jornal O Globo, foi preso e agredido enquanto cobria a operação da Polícia Militar para a reintegração de posse de uma área da empresa de telefonia Oi, na cidade do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 11.
Amorim registrava imagens com um celular quando foi imobilizado por policiais militares, com uma chave de braço, e teve os óculos arrancados por um PM sem identificação.
O repórter foi levado a uma delegacia e teve o telefone apreendido por mais de uma hora. A polícia ainda ameaçou de prisão outros jornalistas que acompanhavam a operação desde a madrugada. O repórter Leonardo Barros, também do jornal O Globo, foi ameaçado por PMs que o mandaram correr para não ser preso. Ele se negou e eles ordenaram que ele se afastasse para não ser preso por desacato, segundo seu relato.
A Abert, em nota, repudiou a prisão do repórter e o ataque aos carros das emissoras de televisão. Afirmou que a atitude dos policiais representa flagrante desrespeito à liberdade de imprensa e solicitou às autoridades a apuração sobre os excessos praticados pelos policiais.
“É extremamente preocupante o uso de métodos violentos empregados tanto pela Polícia Militar como por cidadãos civis, com o objetivo de impedir o trabalho jornalístico e privar a sociedade do acesso à informação”, disse a entidade.
Com a morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, da TV Bandeirantes, atingido na cabeça por um rojão lançado por um manifestante, no dia 10 de fevereiro, no Rio de Janeiro, a Abert defendeu a adoção de um novo protocolo para atuação das polícias durante manifestações. “Esperamos providências que garantam a segurança dos profissionais de comunicação e também dos manifestantes”, disse, à época, Daniel Slaviero.
No dia seguinte à morte do profissional. em audiência com representantes da Abert e de entidades como a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e Associação Nacional de Editores de Revista (Aner), o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou que levaria aos secretários estaduais de Segurança Pública uma proposta de manual de conduta policial com o objetivo de evitar abusos e práticas ilegais durante os protestos.
Além da orientação às polícias estaduais, o Ministério elaborou um projeto de lei com medidas para coibir atos de vandalismo e crimes durante protestos e criou um GT para discutir treinamento para jornalistas.
Assessoria de Comunicação da Abert