A Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) defendeu nesta quinta-feira, 13, durante coletiva à imprensa, em São Paulo, a revisão dos parâmetros técnicos previstos na resolução da Anatel que aprovou a destinação da faixa de 700 MHz para a banda larga móvel de quarta geração (4G) e o regulamento sobre as condições de uso da faixa .
A entidade está preocupada com os resultados dos testes encomendados à Universidade Presbiteriana Mackenzie e que foram divulgados ontem. Os engenheiros da entidade avaliam que a resolução “especifica parâmetros técnicos demasiado brandos”, tendo em vista a complexidade do problema da convivência entre o 4G e a TV Digital.
De acordo com o relatório dos testes, que foram realizados durante sete meses, será necessária uma combinação de diversas medidas de mitigação que “implicam em custos expressivos, que ainda precisam ser calculados, e um grande desafio logístico”, disse o presidente da SET, Olímpio José Franco.
Entre as medidas está a reformulação do parque doméstico de antenas para recepção do sinal de TV, a instalação de filtros nos televisores e em transmissores de LTE (tecnologia do 4G) e a ampliação da banda de guarda prevista pela Anatel para o funcionamento dos dois serviços.
Segundo os engenheiros da SET, a interferência do 4G na TV digital é causada tanto pela emissão do sinal que parte das torres do LTE, quanto por celulares de usuários, o que causa imagens congeladas ou tela negra nos televisores.
O estudo constatou que o problema é mais grave nas antenas internas, pois a interferência ocorre com a simples aproximação do usuário do celular para perto de um televisor. A SET estima que metade da população brasileira utiliza esse tipo de sistema para assistir a TV aberta.
A solução para este caso seria substituir as antenas internas pelas externas. Mas, além da instalação de filtros, seria necessário aumentar a banda de guarda entre o 4G e a TV digital no espectro radioelétrico e reduzir as emissões fora da faixa nos celulares dos usuários. O problema é que o uso de antenas coletivas no país não é muito difundido.
O custo estimado no Japão para a readequação de um sistema de antena coletiva foi de aproximadamente US$ 500, incluindo a mão de obra. Os gastos totais do país com as medidas contra interferências chegou a US$ 3 bilhões.
O relatório já foi entregue ao Ministério das Comunicações e à Anatel. A SET e a Abert defendem que os custos de adequação dos sistemas já devem ser conhecidos no edital de licitação da faixa.
Assessoria de comunicação da Abert