Liberdade de expressão e sigilo da fonte foram temas debatidos no seminário "Privacidade, sigilo e compartilhamento, na quinta-feira (17), em São Paulo.
Promovido pelo Instituto Palavra Aberta e pelo Obcom (Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura da ECA-USP) e pelo Sesc, o evento recebeu advogados, jornalistas e especialistas em comunicação.
No painel que destacou a privacidade dos profissionais da comunicação, o repórter do Diário da Região, de São José do Rio Preto (SP), Allan de Abreu, comentou o caso vivido por ele, quando, em 2011, teve o sigilo telefônico quebrado após realizar duas reportagens com dados obtidos por meio de escutas telefônicas feitas no âmbito de uma operação da Polícia Federal, que já havia sido deflagrada.
“O que aconteceu comigo provocou uma reação no país todo. Os jornalistas são muito solidários diante dessas questões, tive apoio praticamente unânime da minha classe", disse o repórter.
A advogada da Folha de S.Paulo, Taís Gasparian, afirmou que o sigilo da fonte não é apenas um instrumento de proteção da fonte ou do jornalista, mas da liberdade de expressão.
"Não estamos ali falando do exercício da profissão do jornalista, não estamos também falando do sigilo da proteção da testemunha em si, nós estamos falando da liberdade de expressão. Então o sigilo da fonte aparece como uma garantia da liberdade de expressão", disse.
O seminário também abordou liberdade nas redes sociais e compartilhamento de matérias sem a citação da reportagem original.