A violência contra profissionais da imprensa durante o exercício da profissão encerrou o primeiro trimestre de 2016 com um número assustador: 73 casos foram registrados até o fim de março.
O número é mais da metade dos casos apurados pelo Relatório ABERT de Liberdade de Imprensa, em todo o ano de 2015, quando houve 108 registros de agressões, ameaças, ofensas e intimidações, além de oito assassinatos de jornalistas, totalizando 116 casos.
No ano passado, o Brasil alcançou a triste posição de 5º país mais perigoso do mundo para o exercício da profissão de jornalista.
No relatório parcial da ABERT/2016 constam 28 casos de agressão contra profissionais da imprensa. Outros 11 casos são de ataques a jornalistas, cinegrafistas e emissoras de televisão, em geral, ocorridos durante as manifestações a favor e contra a presidente Dilma e o ex-presidente Lula.
O levantamento aponta ainda seis casos de ameaças e 10 de ofensas aos jornalistas. Nove intimidações, quatro detenções, dois assaltos, um atentado e um caso de censura aumentam a estatística.
Em março, entidades representantes do setor de comunicação - ABERT, ABRATEL, ANER, ANJ e o escritório da UNESCO no Brasil (Organização das Nações Unidas), entregaram ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), Edinho Silva, a edição de 2015 do Relatório ABERT sobre Liberdade de Imprensa e pediram providências para a crescente onda de violência contra profissionais da imprensa e veículos de comunicação.
Durante o encontro no Palácio do Planalto, o presidente da ABERT, Daniel Slaviero, destacou a preocupação com o número elevado de agressões a jornalistas no início deste ano: “Toda forma de agressão, seja ela física, verbal ou virtual tem um único objetivo: intimidar o trabalho dos profissionais da imprensa”, disse.