A qualificação das polícias para atuar em situações de conflito é fundamental para assegurar o livre exercício da atividade jornalística no país e o acesso do cidadão à informação, defendeu nesta terça-feira, 1, o diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Abert, Théo Rochefort, durante audiência pública no Senado Federal.
Dos 136 casos de violação à atividade jornalística no ano passado, 105 ocorreram durante as manifestações e, em sua maioria, foram praticados por policiais, segundo relatório da entidade. “É inconcebível que as polícias sigam com a sua conduta de violência, que vem desde o regime militar. Vivemos outro momento no Brasil. E, se já era inconcebível antes, hoje é completamente descabido. Não podemos concordar com isso”, afirmou.
Além do treinamento da polícia, Rochefort defendeu também a padronização das estatísticas de violência contra jornalistas, além de medidas concretas para a redução da impunidade. A federalização dos crimes contra profissionais de comunicação, em casos especiais - já em discussão no grupo de trabalho criado pelo Ministério da Justiça para estudar medidas capazes de coibir o problema – pode ser um dos caminhos a serem adotados, na avaliação do diretor de Comunicação da Abert.
De acordo com o chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Marcello Barros, o grupo de trabalho criado pelo Ministério da Justiça para estudar medidas a fim de evitar violência contra jornalistas elaborou um protocolo mínimo para atuação das polícias.
A realização de um curso para jornalistas, ministrado pela Força Nacional de Segurança Pública, no último fim de semana, também está entre as medidas adotadas pelo grupo de trabalho.
Assessoria de Comunicação da Abert