O trabalho preparatório para a Conferência Mundial de Radiocomunicações (CMR-23) da UIT (União Internacional de Telecomunicações) está ganhando velocidade em todo o mundo. Os grupos técnicos das entidades regionais e da própria UIT já estão em campo, se preparando para as rodadas finais da reunião que acontece em 2023, nos Emirados Árabes.
Na próxima semana, um seminário discutirá pontos da agenda da CMR-23 e apresentará os resultados iniciais dos estudos técnicos e o posicionamento das Américas.
O primeiro painel contará com a participação do diretor de TV da ABERT, Paulo Ricardo Balduino, do presidente do Grupo de Trabalho encarregado da preparação da CITEL para a CMR-23, Victor Martinez, da representante da comunidade da banda larga, Luciana Camargos, da diretora da Intelsat, Giselle Creeser, e de representante da CITEL. A moderação será do diretor da UIT, Mario Maniewicz.
Para ver a programação completa, acesse: https://latam-spectrum.com/
Em dezembro, acontece o primeiro workshop inter-regional, oportunidade em que representantes de cada região discutirão posições iniciais e trocarão opiniões e experiências.
UHF na CMR-23
Mais uma vez, a faixa de UHF, especificamente de 470 MHz a 698 MHz, será um dos temas mais polêmicos da CMR-23. Apesar da agenda sobre o tema se referir apenas aos países da Região 1 (Europa e Ásia), manobras de países da Região 2 (Américas) já deixam antever a extensão das discussões e negociações para nossa região nas decisões da CMR-23, quando os itens da agenda da Conferência de 2027 estiverem em pauta. A radiodifusão brasileira está levando para a CMR 23 três importantes casos de sucesso no uso eficiente do espectro: digitalização da TV aberta, os desenvolvimentos da nova geração de TV (TV 3.0) e a migração AM/FM.
As Conferências Mundiais de Radiocomunicações da UIT acontecem a cada três ou quatro anos para atualizar o Regulamento de Radiocomunicações. Os resultados das reuniões constituem um Tratado Internacional que, após ratificação pelo Congresso Nacional e promulgação pelo presidente da República, passa a ter implementação compulsória. Cabe a cada conferência estabelecer as bases para a reunião seguinte.