No primeiro dia da Copa do Mundo, seis jornalistas foram feridos durante cobertura de manifestações em São Paulo e Belo Horizonte. A Abert repudiou a violência da ação da Polícia Militar paulista e de manifestantes na capital mineira.
Em nota, a entidade afirmou ser “inaceitável que, a pretexto de conter protestos durante a Copa do Mundo, a polícia empregue métodos violentos contra jornalistas, impedindo-os de exercer sua função profissional”. A Abert também ressaltou ser “intolerável ataque de manifestantes contra a imprensa”.
Em São Paulo, cidade onde ocorreu o jogo de abertura, as jornalistas da emissora norte-americana CNN Barbara Arvanitidis e Shasta Darlington, e o assistente de câmera do SBT Douglas Barbieri foram feridos por estilhaços de bomba quando cobriam manifestações na zona leste da capital paulista.
Balas de borracha feriram ainda o jornalista argentino Rodrigo Abd, da agência de notícias Associated Press, e um repórter de uma equipe de TV francesa.
Já em Belo Horizonte, um fotógrafo da agência Reuters foi atingido na cabeça por uma pedra lançada contra a polícia. Todos os jornalistas feridos estavam identificados e com equipamentos de segurança.
“É imperioso que a orientação das autoridades de segurança da União e dos Estados esteja voltada ao respeito aos direitos humanos e, em especial, à liberdade de expressão, princípio basilar de uma democracia”, afirmou a entidade.
Segundo a Abraji, de junho do ano passado até abril deste ano a entidade registrou 166 casos de violação contra jornalistas, dos quais 107 foram intencionais - ou seja, a vítima foi identificada como profissional da imprensa antes da ser hostilizada, presa ou agredida.
Dos 107 casos de violação intencionais, 85 (79,5%) foram perpetrados por forças de segurança (polícia, guarda civil ou seguranças privados). Em 22 casos (20,5%), os manifestantes foram os autores da violação. Dos outros 59 casos de violação, 27 foram não intencionais. Em 30 casos, não foi possível conseguir uma resposta dos profissionais alvo das violações. E em 2 casos não foi possível afirmar se a agressão foi intencional ou não.
Leia notícia do The New York Times sobre a ação policial durante as manifestações da Copa do Mundo.
Foto: Reprodução/CNN
Assessoria de Comunicação da Abert