A Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (AGERT) completou 50 anos de história nesta quinta-feira, 13. Com 300 emissoras associadas no Rio Grande do Sul, a entidade se destaca pela forte atuação e organização. Também é reconhecida pela mobilização em torno de causas da sociedade gaúcha e pela inovação ao criar o Relatório de Responsabilidade Social, inédito entre as entidades de radiodifusão no país. Só no último ano, por exemplo, suas afiliadas doaram R$ 70 milhões em espaço de mídia para ações sócio-educativas e ambientais.
Atendendo a convocação de João de Medeiros Calmon, que liderou a comissão de radiodifusores em 1962 contra os vetos do então presidente João Goulart a artigos do Código Brasileiro de Telecomunicações, os gaúchos colaboraram decisivamente para a vitória contra as ameaças que pairavam à época sobre a radiodifusão. E, seguindo o exemplo da ABERT, fundaram a AGERT apenas 16 dias depois daquele decisivo 27 de novembro.
“O que conseguimos mostrar nesses últimos 50 anos é que através de objetivos convergentes conseguimos ter resultados muito maiores”, afirma o presidente da Agert, Alexandre Gadret, em entrevista à ABERT. Confira os principais trechos.
O que representam os 50 anos da AGERT para a radiodifusão no Rio Grande do Sul?
A AGERT consegue nesse aniversário mostrar que a união das emissoras no estado está consolidada em prol não só do setor de rádio e TV, mas também de um serviço eficiente e de qualidade para nossos ouvintes e telespectadores. O que conseguimos mostrar nesses últimos 50 anos é que através de objetivos convergentes conseguimos ter resultados muito maiores.
Quais têm sido os grandes pilares de atuação da entidade?
A Agert teve uma série de atuações permanentes, outras temporárias. Obviamente muito apoiada nas atitudes da ABERT, sempre tentamos reforçar aquelas decisões que são de âmbito nacional, como a luta pela flexibilização do programa A Voz do Brasil e pelo ressarcimento fiscal das emissoras optantes pelo sistema tributário Simples. Sobre essa última questão, entendemos que precisamos corrigir essa injustiça que atinge principalmente as pequenas emissoras. Além disso, a entidade também trabalha para a capacitação de suas afiliadas, levando conteúdo às áreas técnica, comercial, administrativa e jurídica para que elas possam prestar um serviço mais eficiente.
E os principais desafios a enfrentar daqui para frente?
O nosso principal desafio tem sido, nas últimas gestões, o de combater a ilegalidade na radiodifusão. Nós temos muitas emissoras atuando ilegalmente não só no nosso Estado, mas em todo o Brasil. Sabemos que existem emissoras, tanto comunitárias que comercializam, quanto emissoras que não estão com permissão para funcionamento e estão no ar durante anos. E nós entendemos que não há justificativa para essas emissoras permanecerem no ar. Reconhecemos a dificuldade dos procedimentos legais que devem ser cumpridos para o fechamento dessas emissoras, mas não podemos descansar enquanto existir uma só emissora operando ilegalmente. Seja na questão de conteúdo, na comercialização ou em transmissões fora de sua área de cobertura.
Quais foram as principais conquistas da AGERT nos últimos anos?
A primeira delas foi a vitória judicial com relação à flexibilização da Voz do Brasil para emissoras do Estado. Outra importante foi e está sendo a participação fundamental na condução dos assuntos de criação do conselho de comunicação social na região. Se não fosse a participação da AGERT, haveria um rumo não muito saudável à liberdade de expressão no Estado. Outro fato positivo é a verdadeira união das emissoras. Conseguimos nos destacar nessa mobilização, seja do ponto de vista institucional, técnico ou de entrega de conteúdo. Temos uma participação muito forte em decisões tomadas no restante do Brasil graças a essa atuação constante e conjunta.
Um dos trabalhos de maior destaque da entidade é o Relatório Social. O senhor pode falar um pouco sobre isso?
Assim como todos os veículos de comunicação do Brasil, as emissoras sempre fizeram e farão um trabalho de responsabilidade social muito significativo. Não havia organização do ponto de vista de coleta de informações e de distribuição delas sobre a relevância das ações sociais desenvolvidas pelas emissoras. Então, a partir de 2004, o nosso então presidente Afonso Mota instituiu o relatório social gaúcho de radiodifusão, para reunir todas as nossas ações, cases e valores cedidos em mídia para fins de responsabilidade social. Esse trabalho passou a ser muito importante, tanto é que se tornou uma das principais ferramentas da AGERT para a defesa do setor. Somente no último ano, doamos mais de 70 milhões de reais em fins de responsabilidade socioambiental sem nenhum fim lucrativo para as emissoras. Isso mostra quem é que faz o verdadeiro rádio comunitário no Brasil.
Assessoria de Comunicação da Abert