Os radiodifusores do Rio Grande do Sul doaram, em 2019, R$ 144 milhões em mídia gratuita em divulgações de ações sociais, realizadas por 225 emissoras de rádio e TV associadas à AGERT.
Os dados da 17ª edição do Relatório Social da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão foram anunciados pelo presidente da AGERT e vice-presidente da ABERT, Roberto Cervo Melão, na quinta-feira (26), em cerimônia virtual que contou com a presença do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
“As emissoras cumprem função social relevante na sociedade: informar, integrar, fortalecer nossa identidade e cultura. E agora utilizam as ondas do rádio e da TV para alinhar esforços em uma rede de colaboração em torno de uma pauta de interesse público”, ressaltou.
O presidente da ABERT, Flávio Lara Resende, destacou que os números são superlativos e comprovam a importância do associativismo. “É importante que essa experiência exitosa, única no país, seja compartilhada com outros estados, e essa será a missão da ABERT junto às associações estaduais”, afirmou.
Nesta edição, o relatório social abordou a violência contra a mulher e o feminicídio. Ao apresentar os números, a vice-presidente de Capacitação da AGERT e coordenadora do projeto, Myrna Proença, destacou o papel da imprensa no combate aos crimes contra mulheres. “O relatório é quase um manual para que as emissoras trabalhem a pauta em suas comunidades, em parceria com a Polícia Civil e outras autoridades. Podemos iniciar um grande movimento de mudança em nosso estado, a partir da discussão dessa pauta”, avaliou.
Segundo a chefe de Polícia do Estado, Nadine Anflor, também participante do evento, no ano passado, 97 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado. Destas, mais de 70% não haviam acionado a polícia. Para enfrentar o problema, explicou, não basta implementar delegacias especializadas, mas também capacitar toda a equipe que atua no atendimento inicial às vítimas. Outra estratégia foi criar a Sala das Margaridas, um espaço separado nas unidades policiais, para oferecer respeito e proteção no contato com as mulheres agredidas. “Sabemos que o combate a este crime é um trabalho árduo, mas temos que unir forças e, com certeza, este material servirá de base para discutir com propriedade e pautar este tema”, declarou.
Doutor em Psiquiatra, Nelio Tombini conclamou a sociedade a dar atenção à saúde mental e também criar espaços de escuta e tratamento a homens agressores. “É preciso olhar para o cenário que envolve o ambiente em que ocorre a violência, o fator emocional que influencia na decisão de manter em silêncio. As mulheres precisam de espaço para se abrir, precisam se sentir seguras e encorajadas a denunciar”, frisou.
A íntegra do relatório está disponível AQUI