A Anatel realizou nesta quinta-feira, 29, a última das audiências públicas sobre o regulamento de convivência entre a TV digital e o 4G e o edital de licitação da faixa de 700 MHz. O prazo para contribuições aos documentos em consulta termina na semana que vem.
Durante as audiências, a Abert reiterou sua preocupação com as interferências entre os dois serviços. Os testes apontaram a ocorrência de interferências em receptores com antenas internas, o que só poderá ser resolvido com a substituição por uma antena externa.
Estima-se que 25% das residências na grande São Paulo utilizam esse tipo de antena e, em cidades menores, como Caruaru, em Pernambuco, esse percentual sobre para 75%. “As antenas internas terão que ser substituídas, o que exigirá um trabalho de instalação que pode ser mais complexo que a questão técnica”, explica o diretor de Planejamento e Uso do Espectro da Abert, Paulo Ricardo Balduíno.
De acordo com ele, a especificação e a fabricação de equipamentos capazes de mitigar as interferências representa outro desafio, além da criação de uma entidade responsável por gerir os recursos de ressarcimento, operacionalizar os processos de digitalização da TV e por solucionar os problemas de interferência.
“A abrangência dessa entidade é muito grande e está sendo tratada em um nível genérico demais. E o que levamos para a Anatel é que conceitos não são suficientes. As atividades devem ser definidas com precisão”, declara Balduíno.
Os radiodifusores criticaram ainda a forma como a Anatel tratou os testes de interferência ao utilizar equipamentos com índices de emissão muito menores que os aparelhos do mercado e cobraram do governo a garantia de 98% da cobertura digital de TV no cronograma do switch off.
Assessoria de Comunicação da Abert