A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai realizar uma série de testes em emissoras de radiodifusão para verificar o atual nível de variações de volume nos intervalos comerciais. A decisão foi tomada na terça-feira, 28, na primeira reunião do grupo de trabalho criado para estudar o chamado loudness ou intensidade subjetiva de áudio.
Estiveram presentes na reunião engenheiros e técnicos da Abert, da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), da Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra), e da Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub).
Os resultados dos testes subsidiarão um plano que norteará a fiscalização ao cumprimento da portaria nº 354, publicada no mês passado. A norma determina que as emissoras, tanto de rádio quanto de TV, devem controlar o nível sonoro veiculado entre os blocos dos programas e os intervalos comerciais. De acordo com a norma, a diferença entre o volume da programação e os comerciais veiculados não poderá ser maior que 2 decibéis.
As emissoras que passarão pelos primeiros testes serão selecionadas na próxima reunião do grupo, prevista para setembro. “Nosso objetivo é ter um diagnóstico preciso e verificar quais são os problemas existentes na ponta para que possamos resolver”, afirma o diretor de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica do MiniCom, Octavio Pieranti.
O engenheiro e diretor de Tecnologia da SET, Alexandre Sano, explica que as emissoras disponibilizarão sua própria estrutura para as avaliações. “A expectativa é que consigamos melhorar cada vez mais o serviço ao telespectador. As emissoras estão muito dispostas a cooperar, apesar de as medições não serem tão simples, pois envolvem equipamentos, quantidade razoável de pessoal e uma série de questões técnicas”, afirma.
De acordo com ele, existem alguns desafios para a aferição do loudness. O primeiro deles é que os resultados das medições podem sofrer alterações quando forem convertidos para diferentes formatos (analógico e digital). “O resultado pode estar ‘contaminado’ de alguma forma. Por isso tudo tem que estar bem calibrado para que não haja problemas”, afirmou. Outro impasse é o fato de a aferição ser manual, o que pode também acarretar falhas no processo. “Hoje não existe uma tecnologia para fazer essa medição”, explica Sano.
A atuação do GT está prevista na mesma portaria que determina os parâmetros de emissão de nível sonoro entre os comerciais. A função do grupo é a de propor mecanismos e procedimentos para a fiscalização.
Assessoria de Comunicação de Abert