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    Congresso ACAERT: radiodifusores esperam concluir migração AM/FM

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    Engenheiros esclarecem as dúvidas dos radiodifusores sobre a migração do rádio AM/FM

    Durante apresentação dos engenheiros André Cintra, da ABERT, e Eduardo Cappia, da AESP (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo), os radiodifusores de Santa Catarina, reunidos no 16º Congresso Catarinense de Rádio e Televisão, em Florianópolis, tiveram a chance de esclarecer dúvidas sobre a migração do AM para o FM.

    Mais de 100 emissoras de rádio de Santa Catarina já pediram a transferência: 54 estão liberadas tecnicamente pela Agência Nacional de Telecomunicações e algumas ainda dependem da liberação do acordo da Anatel com o Mercosul.

    Cintra explicou o andamento do processo de revisão dos canais para a faixa estendida, as negociações em área de fronteira (MERCOSUL) e pontos específicos das normas técnicas. “Em algumas capitais serão apagados os canais 5 e 6, mas ainda teremos cidades do interior onde os canais não serão apagados. Com a redução das rádios AM, eu acredito que será permitido um aumento de potência de outras emissoras AM que ficaram dentro do espectro. Mas não tem nada definido sobre criar uma nova faixa”, explicou Cintra.

    Segundo Cintra, os radiodifusores interessados em reduzir a potência ainda podem fazer esse pedido junto à Anatel. Para que novos canais sejam agregados, é necessário haver um acordo de todos os radiodifusores. “Isso só será possível se o pessoal quiser reduzir um pouco a potência a que teria direito no decreto 8139, porque, diminuindo a potência, a gente consegue atender mais emissoras” explicou Cintra.

    Das 1.388 rádios AM brasileiras que solicitaram a adaptação da outorga para FM, 998 foram consideradas aptas para realizar a migração na faixa atual. As emissoras AM perceberam que o replanejamento dos projetos técnicos e as eventuais diminuições na potência podem permitir mais migrantes dentro da faixa atual.

    Para Eduardo Cappia, existe a necessidade de fiscalização nas regiões de fronteira sobre os acordos discutidos e estabelecidos entre os países do MERCOSUL. “O radiodifusor tem que enxergar que a migração é uma oportunidade. É um salto de qualidade sair da AM para a FM”, afirmou Cappia.

    Segundo o engenheiro, a experiência da Rádio Jovem Pan SP com o FM estendido é um exemplo para cidades onde não há quantidade suficiente de canais. Ele também falou sobre questões legais que envolvem o processo de migração (contratos, prazos e processos), além de detalhar questões técnicas específicas do setor relativas a antenas e transmissores.

    TV digital, redes sociais e jornalismo de qualidade em destaque

    O 16º Congresso da ACAERT reuniu cerca de 400 pessoas, entre jornalistas, empresários da comunicação, radiodifusores e estudantes nos dias 16 e 18, no Costão do Santinho.

    O diretor de afiliadas do SBT e presidente do Fórum Brasileiro para discussão sobre a TV Digital, Roberto Franco, falou sobre o fim da TV analógica no país. Ele destacou que o novo sinal vai garantir melhor qualidade de áudio e imagem para a TV aberta gratuita. "Toda a questão de normas e melhores práticas já foram discutidas e agora é a fase final. Agora é um momento crucial para o desligamento do sinal analógico", explica.

    Franco defendeu o poder das redes sociais e a influência na vida das pessoas. “Nós criamos canais de comunicação nas redes sociais. Vocês não têm ideia de como as redes sociais afinam a programação, e, muitas vezes, pautam o produto jornalístico”, disse.

    Já a jornalista Sônia Bridi (TV Globo) defendeu a neutralidade e imparcialidade do jornalismo para produzir conteúdo de qualidade. Ela falou sobre a entrevista com Edward Snowden, que divulgou informações sobre espionagem do governo americano. Perguntado sobre o motivo de ter revelado o conteúdo de seus arquivos à imprensa e não ter, ele próprio, divulgado, Snowden afirmou confiar que os jornalistas “sabem separar o joio do trigo".

    Para a jornalista, Snowden acreditou que os jornalistas saberiam avaliar o material e as razões para divulgar algumas informações e outras não, inclusive levando em consideração a segurança de fontes e dos países envolvidos nas informações.

    O Congresso da ACAERT debateu ainda a importância da regionalização da mídia e a cobertura jornalística no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e da crise política e econômica do país.

    Representantes do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e da OAB de Santa Catarina orientaram os radiodifusores e profissionais das emissoras sobre as mudanças da legislação eleitoral para 2016.

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