Durante os dias 21 e 22, o 28º Congresso Brasileiro de Radiodifusão reuniu, em Brasília, cerca de mil empresários de rádio e TV e profissionais da comunicação de todo o país. Com o tema “Somos rádio e televisão: informação e entretenimento gratuitos com credibilidade. Somos Brasil”, o encontro teve como foco de debate o processo de transformação das emissoras de rádio e televisão e o impacto no modelo de negócio das empresas e na forma de consumir informação.
A cerimônia de abertura, na terça-feira (21), contou ainda com a presença do presidente Michel Temer, da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, do presidente da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), José Luis Saca, do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e do presidente da FENAERT, Guliver Leão, além de representantes da Anatel e do MCTIC.
Durante o discurso de abertura, o presidente da ABERT, Paulo Tonet Camargo, destacou o perigo da desinformação. “A missão da ABERT é lutar pela liberdade de imprensa e se manter em constante vigilância. Ninguém pode decidir o que a sociedade deve saber, mas a sociedade deve fazer seu próprio juízo. Somos responsáveis pelo conteúdo que distribuímos e nesse ramo temos a confiança da população, somos fonte segura de informação”, disse. Tonet criticou duramente a aprovação, pelo Senado, do projeto de lei que aumenta a potência das rádios comunitárias e possibilita a veiculação de propaganda comercial. “Essa é uma questão de honra para as rádios do Brasil. As emissoras de rádio comerciais pagam uma série de tributos. Não é justo sofrerem uma concorrência de emissoras que não têm ônus para obterem autorização. Isto chega a ser uma brutalidade”, ressaltou Tonet.
Também o presidente Michel Temer afirmou que a liberdade de imprensa está “muito ligada” à liberdade de informação. “Esses dois tópicos constitucionais são irmãos siameses”, acrescentou.
O discurso de Tonet foi elogiado pelos presidentes de associações estaduais. Roberto Cervo Melão (AGERT) também criticou o projeto que equipara as rádios comunitárias às comerciais. “É um absurdo isso. No entanto, tenho certeza que a ABERT e as associações estaduais irão conseguir fazer com que o projeto seja rejeitado na Câmara dos Deputados”, disse.
Na mesma linha, Alexandre Barros (AERP) disse estar confiante de que o projeto não passará no Congresso Nacional.